Deputado defende sistema de progressão continuada no ensino


30/10/2001 21:22

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DA ASSESSORIA



O deputado Edson Aparecido (PSDB) reagiu às críticas de parlamentares do PT, especialmente do líder da bancada petista, Carlinhos Almeida, que condenou a adoção da progressão continuada na rede estadual de ensino. Aparecido considerou as críticas contraditórias, justificando que as administrações petistas - São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Guarulhos (mais recentemente) - adotaram o mesmo sistema. "Trata-se de um procedimento correto e benéfico para os alunos", defendeu o tucano.

Aparecido recordou que o Congresso Nacional, por intermédio dos deputados e senadores, realizou um amplo processo de debates que resultou na elaboração e aprovação, em 1996, da Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira, em que surge a possibilidade do ensino organizado em ciclos. "Em São Paulo, o sistema de ciclos começou em 1998, após a implantação de uma série de medidas que as outras administrações citadas acima deixaram de realizar."

Para o deputado, antes de ser adotada a progressão continuada, os índices de evasão e de reprovação em São Paulo já haviam sido derrubados "pela ação renovadora e corajosa do governo do PSDB". O deputado explicou as medidas: implantação de 5 horas diárias de aula durante 200 dias letivos; aulas de recuperação e reforço para todos os alunos com esta necessidade; pagamento de horas de trabalho pedagógico para professores; a presença de coordenadores pedagógicos em todas as escolas; e a recuperação nas férias e várias medidas voltadas para corrigir a defasagem idade/série dos alunos como as classes de aceleração.

Queda de evasão

As medidas, segundo o tucano, foram premiadas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em 1998. "Vale a pena conferir os resultados destas medidas, na prática. Em apenas quatro anos, de 1995 a 1998, a evasão escolar no ensino fundamental caiu de 9,1% para 4,6%, o índice de reprovação caiu de 11,7% para 2,0% e, enquanto isso, o índice de aprovação subiu de 79,2% para 93,4%. No mesmo período, a ação do governo do PSDB no Estado de São Paulo, no ensino médio, resultou na queda de evasão escolar de 21,2% para a marca de 10,8%, o índice de reprovação caiu de 8,2% para 3,6% e, ao mesmo tempo, a taxa de aprovação saltou de 70,6% para 85,6% - conforme atestam os dados do centro de Informações Educacionais (CEI) do Estado".

O tucano reforçou também que as medidas estão consolidadas. "Nos parece absolutamente extemporânea e oportunista a iniciativa do líder do PT, Carlinhos Almeida, propondo a suspensão do regime de progressão continuada em São Paulo. O deputado parece querer reforçar a imagem de que seu partido cobra dos outros o que não consegue dar de exemplo quando está no poder". "Se realmente acha que os ciclos de aprendizagem não funcionam - e para fundamentar não apresenta argumentos, apenas uma enquete realizada com menos de 5% dos professores da rede estadual - deveria mobilizar suas lideranças que estão em cargos executivos para que dessem o exemplo."

Equívoco

Edson Aparecido informou também que o Conselho Estadual de Educação estabeleceu os fundamentos e definiu as normas para a instituição do regime de progressão continuada, mas que a Secretaria da Educação de São Paulo não observou estas orientações. Na avaliação do parlamentar, a suspensão do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), defendido pelo PT, acaba com um importante instrumento na gestão do ensino em São Paulo. "É um erro concluir que no nosso Estado os alunos não realizam trabalhos escolares. Ora, eles são avaliados sistematicamente por meio de provas e trabalhos, além de ter sua presença às aulas acompanhada com rigor. As avaliações são realizadas desde 1996. E um teste mais rigoroso é levado às classes após os dois ciclos (da 1ª à 4ª série, e da 5ª à 8ª série). Na prática, seria como avaliar os grupos que terminaram o antigo primário e o antigo ginasial."

Revolução

Aparecido reforçou que, em quase sete anos, a administração Covas-Alckmin tem feito uma verdadeira revolução na área da educação. "Os frutos dessa política estão sendo colhidos: nos últimos seis anos, os investimentos do governo do Estado em educação desencadearam diversas ações dentro do Programa de Melhoria e Expansão do Ensino Médio, permitindo a inclusão de mais 800 mil alunos na rede - ela passou a atender mais de 2 milhões de alunos, para um total de 1,2 milhão registrados em 1995."

alesp