As eleições e a nova configuração dos partidos na Assembléia


14/07/2003 18:00

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DA REDAÇÃO

A pulverização partidária foi o aspecto que mais chamou a atenção de analistas políticos nas eleições para a Assembléia Legislativa em 2002. As duas maiores bancadas saídas das urnas, a do Partido dos Trabalhadores, com 23 deputados, e a do PSDB com 18, não chegaram a atingir nem 50% das 94 cadeiras. Subtraídos esses 41 deputados dos partidos majoritários, os outros 53 estão divididos entre vários partidos políticos.

Afora isso, organizações partidárias de expressão, como o PFL, o PPB e o PTB, iniciam a nova legislatura com algumas cadeiras a menos.

Uma surpresa saída do pleito de outubro ficou por conta do Partido Verde (PV). A este se credita o caso mais notável de crescimento. Passou de uma cadeira para cinco. A legenda superou partidos do peso e tradição de um PMDB, que já chegou a contar com 47 parlamentares na Assembléia.

Representatividade regional

Os candidatos a deputado estadual na Assembléia Legislativa possuem base política em alguma região administrativa do Estado de São Paulo e, portanto, quando eleitos para esse cargo, representam sua localidade no Parlamento paulista. É chamado "reduto" eleitoral a região que concentra os eleitores de um deputado.

As regiões de Campinas e do ABC aumentaram o número de integrantes de suas bancadas no Poder Legislativo. Em 1999, tomaram posse cinco deputados da região do ABC. No dia 15/3, nove deputados da região foram empossados.

Campinas e região tiveram dez deputados eleitos em 1999 e para esta legislatura, a região conta com treze deputados empossados.

É importante para os municípios terem maior representação, sobretudo no que se refere ao encaminhamento ao governo do Estado de reivindicações que tragam benfeitorias para a região.

Durante a Legislatura passada os deputados do ABC formaram com políticos e segmentos civis da região o Consórcio do ABC. A instituição foi responsável pela elaboração de emendas ao orçamento que atendiam a necessidades da região quanto a setores como saúde, habitação e transportes.

Os representantes da região de Campinas lutaram pela criação de sua Região Metropolitana, através de emenda constitucional aprovada pela Assembléia e sancionada pelo governador Mário Covas em 2000. A implementação da Região Metropolitana aumentou o desenvolvimento urbano de Campinas e municípios vizinhos.

Entretanto, há regiões administrativas do Estado que ficaram sem representação no Poder Legislativo. Barretos, Registro, Presidente Prudente e localidades adjacentes não elegeram nenhum candidato para a 15ª Legislatura.

Bancada feminina cresce 25%

O Tribunal Superior Eleitoral determinou que, nas eleições de 2002, os partidos destinassem cota mínima de 30% de suas candidaturas às mulheres. As urnas ignoraram essa proporção, pelo menos no caso da Assembléia Legislativa paulista: a bancada feminina representa pouco mais de 10% do número de parlamentares estaduais.

Por outro lado, é do sexo feminino a pessoa que recebeu maior votação em 2002: Havanir Nimtz, do Prona, com mais de 680 mil votos.

Com três deputadas cada, PSDB e PT são os partidos com maior número de mulheres no Parlamento paulista.

alesp