CPI colhe depoimento da fiadora de Ricardo Daim

(com fotos)
26/03/2002 20:57

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DA REDAÇÃO

Em reunião realizada nesta terça-feira, 26/3, a CPI dos Combustíveis ouviu Socorro dos Santos, citada por Ricardo Daim, no último depoimento que ele prestou à Comissão.

Socorro é arrendatária de um posto de gasolina da imagem Brener, em Marília, e é fiadora de Ricardo Daim no contrato de locação da casa na qual ele residia em Aldeia da Serra. A depoente conheceu Daim durante o período em que trabalhou como vendedora na Gepetro e se tornaram amigos próximos e vizinhos. "Na época ele afirmava que sua empresa, a Pollus, havia quebrado porque seu sócio o roubou."

"Atualmente represento a Hudson e reconheço que é difícil colocar boa gasolina no mercado. A empresa me cobra 1,42 reais por litro (incluso o frete) e eu revendo a R$ 1,52 o litro, com lucro que mal cobre o custo do posto", destacou Socorro.

Sobre as denúncias de Daim, contra a depoente, de invasão de domicílio, Socorro disse que ele não tem pago o aluguel e, por isso, ela precisava desocupar a casa para cessar a cobrança do proprietário do imóvel. "Fiz tudo com a presença de seguranças do condomínio e da fazendária. Não havia outra alternativa, pois Daim e sua esposa estavam foragidos. Além disso, existe cláusula contratual que permite esse procedimento." Socorro lembrou que solicitou a presença da fiscal da Fazenda, pois na primeira tentativa de entrar na casa observou que havia sobre a mesa talões de cheques de empresas como a Quest, a Sulpetro e a Agropetróleo e considerou prudente não continuar a desocupação do imóvel.

Ameaças

A depoente declarou que apenas uma única vez vendeu gasolina fornecida por Daim, através da Quest. "O posto não aceitou o produto, por desconfiar da qualidade, e devolveu os 10 mil litros de gasolina. Assim o negócio não se concretizou e eu avisei Daim que não mais compraria dele."

Questionada sobre a Gepetro, Socorro informou que a empresa possui cerca de 50 postos da bandeira Viabrasil e que um de seus sócios é proprietário da distribuidora Univen.

A respeito das distribuidoras de álcool com as quais trabalha, Socorro destacou que compra o combustível da Floralcol e da Certa que, segundo o presidente da CPI, foi investigada pela comissão e está cheia de irregularidades, sobretudo, no que se refere a notas fiscais.

Quanto a Daim, Socorro frisou que não tem medo dele, apesar de considerá-lo um elemento perigoso, do tipo que faz ameaças. "Ele costumava afirmar que quem fala muito, um dia pode ser silenciado."

A CPI reconvocou Socorro dos Santos para a oitiva da próxima terça-feira, 2/4, quando será ouvida ainda a esposa de Daim, Eunice Renata Esteves.

alesp