CPI das Financeiras quer regulamentação do setor

(com fotos)
13/03/2001 18:28

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A reunião da CPI das Financeiras desta terça-feira, 13/3, deu a arrancada inicial para provocar a regulamentação do setor. Foram ouvidos o supervisor geral da rede de lojas Cem, Valdemir Coleone, e o representante da Factop - Fomento Mercantil Ltda., José Alcides Viterbo, que deixaram os livros de suas empresas para a Comissão analisar. As duas já foram denunciadas por práticas irregulares. Segundo informou o deputado Claury Alves da Silva (PTB), presidente da CPI, foram intimadas mais de cem empresas que deverão comparecer à Comissão para prestar esclarecimentos em função de denúncias existentes contra elas.

Nesta quarta-feira, 14/3, às 10h, a CPI prossegue seus trabalhos, no plenário Tiradentes, para ouvir empresários de financeiras, da área de factoring e do comércio varejista. Segundo integrantes da Comissão, várias empresas de factoring estão se negando a receber a convocação da CPI, dificultando a tomada dos depoimentos. O presidente da CPI afirmou que a grande maioria das factoring "atuam informalmente, praticam deságios absurdos, além de exigir de seus clientes outras garantias - até imobiliárias - um dos fatores que provocam grande insolvência, uma verdadeira quebradeira do cliente."

Este primeiro passo dado ontem, segundo Claury Alves da Silva, foi muito importante. "Tivemos depoimentos válidos para esclarecer nossas dúvidas. Sabemos que falta fiscalização eficiente. As empresas de comércio varejista praticam juros extorsivos, haja vista o depoente de hoje." Ele comentou que quando alguém compra um videocassete a prazo, um ano depois, com o que você pagou de juros, dá para comprar outro.

Na abertura da reunião de hoje, Claury Alves da Silva comunicou que a Secretaria da Fazenda já designou dois delegados para acompanhar e dar suporte aos trabalhos da Comissão. Fará este acompanhamento também um delegado de polícia da Delegacia de Crimes contra a Fazenda. O primeiro a depor foi o representante da Factop - Fomento Mercantil Ltda., que dá consultoria financeira a empresas e bancos. José Alcides Viterbo declarou que sua empresa não atua na área de factoring há quatro anos. Viterbo falou da rotina do trabalho de uma empresa de factoring e respondeu a todos os deputados sobre detalhes do mercado. Ele insistiu em afirmar que "as factoring não são o vilão do mercado."

alesp