Roberto Freire defende transgênicos em encontro do PPS


09/03/2001 18:49

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O senador Roberto Freire, presidente nacional do PPS, fez, no I Encontro Nacional de Deputados do PPS, nesta sexta-feira, 9/3, a defesa das pesquisas realizadas com transgênicos. A manifestação do deputado se deu na segunda metade do encontro, durante a tarde, no plenário José Bonifácio da Assembléia Legislativa.

De acordo com o senador, o PPS deve analisar que medidas podem ser vistas como de transformação da realidade brasileira e usou como exemplo a reforma agrária. Para ele, as prefeituras têm de se preocupar com a questão fundiária, como forma de facilitar a reforma. "Será que não seria mais fácil do que ficar esperando pelo governo federal?", perguntou o senador. Falando da questão agrária, Freire destacou os transgênicos e ressaltou sua opinião de que o assunto vem sendo tratado com preconceito. O senador lembrou que a insulina é um produto transgênico e que vem sendo utilizada pelos diabéticos há muito tempo. "Transgênico não é só semente e não é só produto de multinacional. A Embrapa é uma empresa nacional e vem desenvolvendo pesquisas sobre isso", disse. Freire afirmou que os países da Europa estão revendo suas posições em relação aos transgênicos: "Eles perderam dez anos de pesquisa".

Roberto Freire lembrou as origens históricas do PPS e afirmou que seu partido é herdeiro do iluminismo, do racionalismo e do livre pensar. "Não quero o Brasil livre de transgênicos, não. E não me venham falar de cuidado, não. Porque cientista tem cuidado. Quem não tem cuidado é político, que usa o cientista para fazer bomba atômica."

O senador falou também sobre o que acredita ser o principal problema do Brasil, a desigualdade social, "a perversa distribuição de renda". Segundo ele, hoje só se fala que o problema do Brasil é a corrupção e a ética, ou a falta dela.

Já para o deputado estadual do Rio Grande do Sul, Bernardo Souza, líder do PPS na Assembléia gaúcha, a reunião desta tarde deveria ser o ponto de partida para a definição das metas a serem defendidas pelo PPS, com a integração das ações dos parlamentares do partido, "para que se tenha uma marca característica, uma identidade partidária". Entre os pontos destacados por ele estão o fim da votação secreta pelos parlamentares, o fim do sigilo bancário e fiscal dos políticos e a defesa do fim do nepotismo.

O deputado Arnaldo Jardim, presidente estadual do PPS, falou sobre os resultados do Fórum São Paulo Século XXI, do qual foi o relator. De acordo com ele, algumas medidas propostas pelo Fórum, como a criação do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), já estão sendo copiadas por outros Estados. Para Jardim, é importante a ação social proposta pela medida e, portanto, não importaria de que partido é o parlamentar que copiou, mas "seria bom que as iniciativas de parlamentares do PPS fossem copiadas ou apresentadas por parlamentares nossos".

O líder do PPS no legislativo paulista, deputado Vitor Sapienza, destacou vários projetos de sua autoria, e também de iniciativa da bancada, que poderiam ser apresentados em outros Estados. Jardim e Sapienza defenderam o intercâmbio de iniciativas entre os parlamentares do partido.

alesp