Energia sem fim - Opinião

Arnaldo Jardim
30/07/2003 17:14

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Até parece coisa de ficção científica: ao invés dos gases mau cheirosos e perigosos à saúde humana, sairá água dos escapamentos dos carros. Esse é o resultado da utilização de motores movidos a célula de combustível, tecnologia que representa um ganho de economia para os governos, ao diminuir a necessidade de importação de petróleo e derivados, e para o bolso - e os pulmões - dos consumidores. As estimativas iniciais dão conta de uma tecnologia barata o bastante para competir com a energia hidrelétrica, a principal fonte de eletricidade do Brasil.

A célula de combustível é movida a hidrogênio, que pode ser retirado tanto de matérias-primas fósseis, como petróleo, carvão e gás natural; como da biomassa, por meio do álcool produzido a partir de diversas plantas, especialmente a cana-de-açúcar. E é justamente a cana que apresenta seu maior potencial de desenvolvimento no País - o maior produtor mundial de álcool.

Aplausos à nossa Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que tem apoiado diversas pesquisas nesse sentido, abrindo assim a possibilidade de nosso País estar no vagão dianteiro do trem da história.

Vista como a tecnologia do futuro, a que representará para o século XXI o que o petróleo foi para o século XX, a célula de combustível é objeto de pesquisa há mais de 30 anos, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Seu papel será fundamental na substituição de motores a combustão, que se encontram perto do limite de seu avanço tecnológico. Também representará economia significativa no consumo de energia, devido à sua eficiência maior.

Enquanto os norte-americanos e europeus desenvolvem a célula de combustível a partir de petróleo, gás e carvão, os cientistas brasileiros investem numa vertente mais limpa e nacional: o álcool. A Unicamp - Universidade de Campinas projeta um carro movido a hidrogênio que é cinco vezes mais econômico que os modelos convencionais, emitindo um terço do gás carbônico, o famoso CO2, presente em toda a queima realizada no planeta.

O veículo desenvolvido pela Unicamp converte álcool em hidrogênio, gás de grande utilidade na indústria automobilística, transformado em eletricidade para mover o motor - e sem fumaça como subproduto. Com o conversor, está solucionado o problema de como armazenar hidrogênio no veículo, que pode usar o álcool do próprio tanque.

Antes de chegar às ruas, porém, o novo carro a célula de combustível terá que ser aperfeiçoado para resolver alguns problemas técnicos, mas nada que a criatividade de nossos cientistas e técnicos não possa superar. É com orgulho que na qualidade de deputado estadual paulista e coordenador da Frente Parlamentar para a Energia Limpa e Renovável venho parabenizar o trabalho desenvolvido pela Unicamp, em prol do crescimento do Estado, o maior produtor brasileiro de cana, e da melhoria de vida da população.



ARNALDO JARDIM - Deputado Estadual

Engenheiro Civil, 48 - Secretário da Habitação (1993)

Coordenador da Frente Parlamentar pela Energia Limpa e Renovável

E-mail: arnaldojardim@uol.com.br

Website: www.arnaldojardim.com.br

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