Opinião - Enluta-se a história da educação


07/04/2011 17:48

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Tomado por profundo pesar é que faço uso desse espaço para manifestar minhas lamentações. Chocou-nos a tão noticiada tragédia ocorrida no Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, 7/4, ocasião em que um homem de 24 anos invadiu a escola municipal Tasso da Silveira e atirou contra alunos de uma sala de aula de 8ª série, com 40 alunos, o que resultou em 12 mortos e mais de 20 feridos.

O atirador, ex-aluno da escola, disparou várias vezes contra as crianças e, em seguida, atirou contra a própria cabeça. Segundo informações colhidas pela imprensa, o autor da chacina teria deixado uma carta que indicaria sua intenção de suicídio.

Situações horrendas como essa trazem à tona um assunto que não deveria constar nas pautas de discussão, qual seja, a fragilidade da nossa segurança. Tentamos encontrar argumentos e justificativas que respondam a tantos questionamentos que tangenciam o percurso da violência não apenas em nosso Estado, mas em todo o país. E nesse momento me situo como cidadão e não apenas como representante do povo.

Ora, se possuímos garantias constitucionais alegando que a segurança pública é "dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio", o que está faltando, então, para que esse preceito nos seja definitivamente atribuído? Os noticiários policiais vêm ganhando espaço na mídia televisiva e o tema concernente à violência urbana tem engrossado os cadernos dos jornais mais veiculados no Estado e nos municípios.

Sabemos que o Estado tem envidado seus esforços máximos para assegurar uma política de segurança pública eficaz. Porém, algumas situações transcendem a barreira do perímetro pertencente a quaisquer esferas de Poder. Os indivíduos que cometem esses atos delituosos e injustificáveis agem com audácia e desinibição, como se os seus motivos fossem aceitáveis.

Sublinhe-se essa data com grifo denso e negro e que se registre na história essa tragédia, não como se meritória fosse sua recordação, mas a fim de que se mobilizem sociedade civil e autoridades constituídas em prol de dias mais justos, nos quais a paz e a segurança imperem.

Reforço minhas condolências às famílias enlutadas e meu compromisso em intensificar e empenhar esforços, dentro da esfera que me competir, para que não mais precisemos ser espectadores de episódios tão fétidos e tenebrosos como esse.



*Roque Barbiere é deputado estadual pelo PTB e 2º vice-presidente da Mesa

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