Da assessoria da deputada Maria Lúcia Prandi



Um dossiê com mais de 100 páginas sobre as mortes de trabalhadores na Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) e outros acidentes de trabalho ocorridos na empresa desde a sua privatização, há 10 anos, foi encaminhado pela deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) ao Delegado Regional do Trabalho, Heiguiberto Guiba Della Navarro.

O dossiê faz uma retrospectiva dos acidentes, com base em notícias da Imprensa, ao longo desses 10 anos. "A partir do noticiário, é possível traçar a história da outra face da privatização. O crescimento da siderúrgica está se dando às custas da vida e da saúde física e mental dos trabalhadores. É cruel, perversa e desumana a realidade dos trabalhadores", afirma a deputada.

Prandi também anexou boletins sobre acidentes, elaborados pelo Sindicato dos Metalúrgicos, e representações ao Ministério Público, de sua autoria, pelas quais indica a necessidade de completa apuração dos acidentes e a responsabilização dos culpados. A documentação também inclui cópias de ofícios expedidos pela Promotoria Pública, informando sobre a instauração de inquéritos policiais para apuração de eventuais responsabilidades penais nos acidentes.

"Quando a Cosipa completou um ano de privatização, já tínhamos uma gravíssima estatística. Um trabalhador morria a cada dois meses e 12 dias, em média. E as mortes continuaram. Foram mais de 170 acidentes com mortes ou mutilações, nesta última década", diz a parlamentar.

Maria Lúcia Prandi acrescenta que, no acidente que resultou na morte de dois trabalhadores, no mês de junho, a preocupação das chefias era com a rápida limpeza do local e a continuidade da produção. "A empresa considera a produção mais importante, morra quem morrer, doa a quem doer", deduz Prandi.

mlprandi@al.sp.gov.br