2º secretário propõe criação do Banco Estadual de Células-Tronco


10/05/2004 16:13

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Da assessoria do deputado José Caldini Crespo

O deputado José Caldini Crespo (PFL), 2º secretário da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, quer que o governo de São Paulo crie um Banco Estadual de Células-tronco.

Proposta nesse sentido foi apresentada pelo parlamentar na Assembléia Legislativa, em forma de projeto de lei. O objetivo de Crespo é que os hospitais habilitados ao atendimento de gestantes e à realização de partos fiquem obrigados a coletar, armazenar e conservar o sangue do cordão umbilical de todos os recém-nascidos, abastecendo o banco público de sangue de cordões umbilicais.

Essa coleta deverá acontecer somente com o consentimento materno e a doação deverá ser voluntária e confidencial. As células-tronco, chamadas de "células da esperança", por terem a capacidade de se transformar em células específicas de qualquer tecido ou órgão que compõem o corpo humano, têm sido objeto de diversos estudos científicos e alvo de grande interesse.

Um dos motivos é que sua versatilidade as transforma em promessa para o tratamento de doenças graves, como problemas cardíacos, câncer, doenças auto-imunes, disfunções neurológicas, distúrbios hepáticos e renais e traumas da medula espinhal, entre outras. O raciocínio da comunidade científica é que elas podem se transformar em todo tipo de célula e, portanto, poder ser usadas na recuperação de tecidos e órgãos de pessoas doentes.

Investimentos adiados

"Nosso objetivo ao criar no esse banco é colaborar no sentido de se avançar nessa discussão e possibilitar às pessoas acometidas de determinadas doenças a oportunidade de manter suas esperanças de cura", destaca o parlamentar.

Levantamento realizado por Crespo aponta que, desde 1999, o governo federal vem adiando investimentos para a criação de uma rede nacional de bancos de sangue de cordões umbilicais doados por gestantes no momento do parto, como já existe nos Estados Unidos e na Europa. "O Instituto Nacional do Câncer inaugurou em 2001 um banco público com capacidade para armazenar quatro mil amostras, só que três anos mais tarde conta com apenas trezentas bolsas congeladas", revela o deputado, acrescentando que no mundo cresce o uso de células do cordão umbilical para o tratamento da leucemia. "Isso acontece porque a compatibilidade genética entre doador e receptor não precisa ser total, como ocorre nos casos em que a medula é extraída de um adulto."

Estudos apontam que com doze mil cordões armazenados, o Brasil poderia cobrir toda a diversidade genética da população.

jccrespo@al.sp.gov.br

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