Perante um auditório lotado de servidores da área de transporte do Estado, a Assembleia Legislativa realizou nesta quarta-feira, 26/8, uma audiência pública que discutiu a privatização das bilheterias do sistema de transporte. Coordenado pelos deputados Pedro Bigardi (PCdoB), Olímpio Gomes (sem partido), Carlos Giannazi e Raul Marcelo, ambos do PSOL, e os deputados petistas Marcos Martins, Simão Pedro, Adriano Diogo e Rui Falcão, e pelo Fórum em Defesa do Transporte, formado pelos Sindicatos dos Ferroviários de São Paulo, da Sorocabana (Sinfer), da Central do Brasil e dos Condutores de São Paulo, o encontro ouviu servidores e parlamentares, que criticaram suposta decisão do governo estadual de privatizar empresas públicas de São Paulo. Conforme os servidores, a privatização das bilheterias do Metrô, da CPTM e da SPTrans, anunciada pelos governos estadual e municipal, deve ocorrer até o final deste ano. Isso significa que toda a verba arrecadada no sistema de transporte do Estado, hoje em torno de R$ 5 bilhões por ano, será destinada à empresa que vencer o processo licitatório. De acordo com os servidores, a abertura dos envelopes das empresas interessadas na concessão da Linha 8 " Diamante, linha da CPTM que liga a Estação Júlio Prestes a Itapevi com ramal para Amador Bueno, deve ocorrer em 24/9. No entanto, os servidores informam que o governo estadual vem promovendo uma série de investimentos na parte de segurança do sistema, que incluem a blindagem das bilheterias e a modernização de equipamentos de segurança para, posteriormente, transferir o sistema à iniciativa privada. A preocupação com a possível demissão em massa de funcionários, para a contratação de trabalhadores com salários mais baixos, e a queda na qualidade dos serviços prestados também foram apontados pelos presentes. Para tanto, parlamentares, sindicalistas e servidores ressaltaram a importância da mobilização e do debate em torno o tema. "Temos que reagir", declarou Olímpio Gomes. Outra questão levantada foi quanto a constitucionalidade da privatização das bilheterias. Para o deputado Carlos Giannazi, a gerência da arrecadação das empresas é de competência do Estado, que também não deve fugir de suas responsabilidades. Segundo os parlamentares presentes, o governo estadual já manifestou intenção de privatizar 18 empresas públicas (CESP, Sabesp, Banco Nossa Caixa S.A - essa já alienada ao Banco do Brasil -, Metrô, CDHU, CPTM, Dersa, EMAE e Cosesp, CPP, Cetesb, Prodesp, Imesp, EMTU, CPOS, IPT, CODASP e Emplasa).