"A agência quer dar nova ênfase de mecanismo na geração de recursos não-orçamentários para a ampliação da pesquisa no Estado de São Paulo", declarou o secretário da Agricultura e Abastecimento, João Carlos Meirelles, na audiência pública ocorrida na manhã de hoje, 14/3, presidida pelo deputado Milton Flávio (PSDB), para debater o PL 65/2000, que cria a Agência Paulista de Agronegócios (Apta).A grande preocupação dos pesquisadores científicos lotados nos seis institutos que compõem a Secretaria, segundo Milton Flávio, é quanto ao desmantelamento dos Institutos de Pesquisa, destituindo-lhes a autonomia após a criação da agência. Meirelles declarou que tal fato não acontecerá, pois, ao criar a agência, o Estado objetiva "a valorização dos atuais institutos, melhorando sua performance, com respostas às demandas das várias regiões de São Paulo, mas mantendo a individualidade de cada um e potencializando-a através de uma ação conjunta".Para o secretário, "a criação da Apta faz parte da ação de reengenharia do governo estadual de aparatar o Estado com mecanismos modernos, e o próximo passo é a criação de uma outra agência, a de Defesa da Agropecuária", garantiu, anunciando a instalação, ainda em 2001, de sete dos quinze Pólos Regionais de Desenvolvimento Tecnológico: "Os pólos identificarão as demandas de cada região do Estado, contando para isso com a participação da iniciativa privada", declarou Meirelles, que espera contar com a participação ativa das prefeituras que estejam em ação em cada pólo de desenvolvimento.O deputado Claury Alves da Silva (PTB) manifestou seu apoio ao projeto ao afirmar que "a agência traz uma mudança de paradigma para o setor. Existe uma falta de integração dos institutos de pesquisa e é necessário que o pesquisador coloque em prática o que está pesquisando. A agência vai propiciar uma ação conjunta dos institutos, dando grande impulso de desenvolvimento para o Interior do Estado".A preocupação do deputado Carlos Sampaio (PSDB) era quanto ao caráter executor da nova agência, já que o artigo segundo do projeto a classifica como órgão de pesquisa. Meirelles esclareceu que para captar recursos e distribuí-los aos institutos a Agência deve ser classificada como tal, "mas não tem delegação para pesquisar coisa alguma, pois seu caráter é de órgão gestor e não executor".O deputado Mílton Flávio (PSDB) salientou a presença de representantes dos diversos Institutos de Pesquisa da Secretaria. Para ele, é importante o compromisso do secretário, assumido com a Assembléia, de que "não haverá nenhuma tentativa de desqualificação quanto à autonomia dos Institutos de Pesquisa".