As armas e a morte do fotógrafo - OPINIÃO


24/07/2003 15:23

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Afanasio Jazadji*

Em 23 de julho, enquanto o Senado aprovava em Brasília o Estatuto do Desarmamento, que prevê para 2005 um plebiscito sobre a proibição da venda e do uso de armas no País, o repórter fotográfico Luís Antônio da Costa era assassinado em São Bernardo do Campo, no ABCD, por um criminoso que, de repente, sacou seu revólver na frente de outros jornalistas.

Os dois fatos, ocorridos em cidades diferentes, a 1.000 quilômetros de distância uma da outra, têm uma relação direta: não é por meio de proibição de armas a pessoas de bem que serão evitados casos de violência como o ocorrido no terreno da Volkswagen invadido por cerca de 6 mil sem-teto.

Insisto no meu ponto-de-vista, demonstrado há mais de três anos, quando projeto semelhante foi apresentado no Congresso pelo governo de FHC: proibir arma não impede o crime, uma vez que os verdadeiros bandidos sempre conseguem revólveres, como aconteceu no ABCD, e os cidadãos devem ter direito de possuir armas para se defenderem desses criminosos.

O presidente da República hoje é Luiz Inácio Lula da Silva, mas o governo federal insiste no erro, que ganhou força no Senado ao ser aprovado o tal Estatuto do Desarmamento. Entre inúmeros absurdos, o Estatuto, que ainda terá outros trâmites, prevê um plebiscito para a população decidir, em 2005, se a proibição de venda de armas deve ser mesmo homologada em todo o Brasil. Por que os gastos de uma votação extra, em vez de fazer essa consulta coincidir com as eleições de 2004?

*Afanasio Jazadji é jornalista, radialista e deputado estadual pelo PFL.

alesp