Monumento a Franco Montoro é inaugurado

(como fotos)
11/05/2001 19:05

Compartilhar:


Ética e democracia foram lembradas como valores marcantes na vida de André Franco Montoro, durante a inauguração, nesta sexta-feira, 11/5, da estátua que homenageia o ex-governador paulista. Situado no pátio da Assembléia Legislativa, o monumento foi criado por iniciativa da organização não-governamental Associação de Cultura Democrática Paulista e doado ao Parlamento de São Paulo. A Mesa Diretora decidiu instalar um parlatório no local. "Montoro vai gostar de ouvir a opinião da sociedade", disse o presidente da Assembléia, Walter Feldman.

Além de membros da família - a viúva Luci Montoro, os filhos André Franco Montoro Filho e Ricardo Montoro, entre outros -, e do presidente da Assembléia, a cerimônia contou com a participação de dona Ruth Cardoso, representando o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso; do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; do deputado Vanderlei Macris, presidente da ONG que idealizou a homenagem; dos ministros Paulo Renato de Souza, da Educação, e José Gregori, da Justiça; de deputados, secretários de Estado e ex-colaboradores do governo Montoro.

Na abertura da cerimônia, o deputado Vanderlei Macris (PSDB) destacou a afinidade entre o nome dado ao monumento - "A Cultura Democrática em São Paulo" - e a figura do ex-governador. "O monumento é, na verdade, à democracia e às idéias de Montoro", disse. "Ele era um apaixonado pelas teses democráticas", concordou Chopin Tavares de Lima, ex-secretário de Montoro, que entregou a dona Luci um pôster do monumento. Ele lembrou o papel fundamental do ex-governador, ainda na década de 50, em favor dos ideais da integração dos países latinos.

Esse perfil de pioneiro no debate dos temas nacionais foi endossado pelo presidente da Assembléia. "Montoro tinha a capacidade de idealizar e construir a realidade a partir da ação coletiva", disse Feldman. "O último tema com que ele se preocupou foi a água. Ele não tinha razão?", comentou.

Dona Ruth Cardoso leu um texto enviado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, lembrando mais de duas décadas de convivência entre os dois políticos e a defesa de ideais comuns, como o parlamentarismo. "Procuro inspirar-me nele para bem cumprir as responsabilidades que me cabem como presidente da República", escreveu FHC. O governador de São Paulo destacou o papel de dona Luci como presidente do Fundo Social de Solidariedade e definiu a gestão de Montoro em São Paulo como "um governo histórico, um paradigma da administração pública". "Ele sempre demonstrou coerência entre o pensamento e a forma de agir", lembrou Geraldo Alckmin.

Em nome da família, o secretário de Economia e Planejamento, André Franco Montoro Filho, disse que a homenagem tem o perfil do ex-governador: foi realizada sem recursos públicos e de forma descentralizada, sem a participação da família, e destaca a importância da ética na política. "Os esforços de meu pai, nesse sentido, têm uma atualidade excepcional", completou.

Monumento

André Franco Montoro (1913-1999) foi ministro, vereador, deputado estadual, deputado federal e senador por São Paulo. Governou o Estado de 1983 a 1987. Um dos políticos mais atuantes do país, foi um dos responsáveis pela retomada da democracia após o governo militar instalado em 1964. O monumento a seus ideais, de autoria do escultor Santos Lopes, tem 8 m de altura e 7 m de largura. Sob a figura em bronze do ex-governador, uma base serve de suporte para seis placas relativas a fatos marcantes de sua vida pública como professor e político. A ONG Associação de Cultura Democrática Paulista foi criada em abril do ano passado, com a finalidade de captar recursos, sob incentivo da Lei Rouanet, para concretizar a homenagem ao ex-governador. Presidida pelo deputado Vanderlei Macris, entre seus membros fundadores estão o presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro Paulo Renato de Souza e o ex-ministro Clóvis Carvalho, que foi secretário de Planejamento de Franco Montoro.

alesp