Assembleia Legislativa guarda parte da história de Rio Claro


04/01/2011 19:10

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Aldo Demarchi, 2º secretário da Assembleia Legislativa, entregará à Câmara Municipal de Rio Claro mais de 300 documentos digitalizados que reúnem boa parte da história da vida pública da cidade. O acervo começa no Império, em 1830, com o ato de elevação da capela de São João do Rio Claro a freguesia, e termina em 1937, no parecer da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia que determinou o arquivamento da petição em que professores de "aulas geraes" das escolas profissionais de Rio Claro, Campinas, São Carlos e Ribeirão Preto solicitavam equiparação salarial dos cursos "secundários fundamentaes".

Nos próximos dias, Aldo Demarchi definirá com o presidente da Câmara, vereador Valdir Andreeta, os detalhes da cerimônia em que o material será repassado formalmente à casa de leis de Rio Claro. "Essa documentação guardada na Assembleia possui valor histórico incalculável, além de demonstrar a importância do Poder Legislativo estadual e local na trajetória do município", comenta o deputado.

De fato, os arquivos que a Assembleia Legislativa transportou do papel para o meio digital contêm não apenas os principais atos oficiais registrados no primeiro século de Rio Claro, como fornecerão aos pesquisadores e ao público em geral uma visão cronológica da evolução econômica, urbana e social da cidade.

Na documentação, é possível encontrar, por exemplo, "solicitação de verba para obras da igreja" (1839); "criação e provimento de cadeira de primeiras letras" (1840); "aumento de salário de professor (1852); "criação de tabelião público judicial e de notas e escrivão de órfãos" (1853); e "pedido de informação a respeito de colonos estrangeiros, se estão sujeitos ou não a tributação" (1858).

Também estão registrados acontecimentos decisivos para o desenvolvimento do município, com destaque para os contratos de construção do prolongamento da estrada de ferro Campinas-Rio Claro (1873) e implantação de iluminação (1886), e a autorização de empréstimos para "despesas com abastecimento de água potável e construção de chafariz" e "para compra de um prédio para instalação de mercado" (1881).

Alguns documentos guardados na Assembleia de São Paulo resgatam informações peculiares. É o caso do projeto que autorizava a Câmara de Rio Claro a contratar, em 1889, serviços de "condução de cadáveres". Adaptado para a ortografia atual, o texto mostra que naquela época já havia entre os legisladores certa preocupação com a área social:

"A condução dos cadáveres deverá ser feita em veículos e caixões que a empresa terá, segundo as classes e tabelas estabelecidas pela câmara, pago o transporte pelos particulares", estabelecia um dos artigos do projeto. "A empresa será obrigada a conduzir gratuitamente nos veículos da última classe os que provarem indigência, com atestado do presidente da câmara, do juiz de paz, do pároco ou de qualquer autoridade policial", prosseguia a redação, que exigia dos cocheiros ser "peritos em sua arte e ter a maioridade civil".

"Tudo isso estará à disposição da comunidade para consulta na Câmara Municipal de Rio Claro e em outras instituições que se interessarem por esses documentos", ressalta o deputado Aldo Demarchi.

alesp