O DESAFIO DE GERAR EMPREGOS - OPINIÃO

*Duarte Nogueira
08/05/2002 11:40

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Gerar emprego é hoje um desafio mundial. Mesmo nas nações consideradas desenvolvidas e com economia sólida, a grande preocupação é quanto à criação de postos de trabalho para absorver a mão-de-obra que já está no mercado e que pode ser dispensada por uma provável redução nos níveis de crescimento e também quanto aos jovens que começam a procurar emprego.

Em São Paulo, a situação não é diversa e por isso o governo do Estado tem tratado a questão como prioridade na busca de uma melhoria na qualidade de vida do cidadão. Programas como o Banco do Povo Paulista, os de Qualificação e Requalificação de mão-de-obra, o Jovem-Cidadão: Meu Primeiro Trabalho têm apresentado resultados importantes.

De todos, o Banco do Povo Paulista é o mais conhecido. Foi implantado pelo governador Mário Covas em 97 e é um dos principais programas de geração de emprego e renda. Voltado a pequenos e micro-empresários, oferece empréstimos de R$ 200 a R$ 5.000 com juros de 1% ao mês. Já há em funcionamento 158 agências do Banco do Povo no Estado, totalizando R$ 40 milhões em empréstimos.

Em Ribeirão Preto, por exemplo, o Banco do Povo Paulista, inaugurado pelo governador Covas, em 2000, já atingiu R$ 1 milhão em empréstimos e a Secretaria de Estado do Emprego e Relações do Trabalho já autorizou outros R$ 1 milhão para atender àqueles que precisam de uma ajuda para ampliar o próprio negócio e gerar renda. A estimativa é que para cada contrato sejam criados três empregos e isso tem uma representatividade importante se considerarmos que as pequenas e médias empresas são responsáveis por 60% dos empregos formais.

Já para atender àqueles que perderam o emprego e precisam de uma oportunidade para voltar ao mercado são oferecidos cursos de qualificação e requalificação de mão-de-obra em parcerias com sindicatos, associações de bairro e organizações não-governamentais. Desde 96, mais de 1,5 milhão de trabalhadores foram beneficiados pelo programa e só no ano passado foram atendidos 365 mil trabalhadores. Em todo o Estado são oferecidos 3.500 cursos em 550 modalidades para 450 municípios.

Para preparar o trabalhador para ter o seu próprio negócio foi criado o Programa de Auto-Emprego, com laboratórios de capacitação que formaram cerca de 5.000 empreendedores no ano passado. Desde que foi criado, em 96, o PAE já formou 22.071 empreendedores e investiu R$ 7,9 milhões. Só na região de Ribeirão Preto foram gerados 48 empreendimentos populares.

O programa Jovem Cidadão-Meu Primeiro Trabalho já atendeu mais de 20 mil alunos. Voltado a jovens de 16 a 21 anos, oferece estágios de até seis meses e uma bolsa-auxílio de R$ 130 mensais, paga metade pela empresa e o restante pelo Estado, que também se responsabiliza pelo seguro de vida e acidentes pessoais. No final do estágio, o estudante pode ter a possibilidade de ser efetivado na empresa, vencendo a dificuldade de encontrar o primeiro emprego.

São programas que atuam em diferentes frentes, já que procuram atender aqueles que perderam o emprego e precisam ser reintegrados ao mercado, os que estão em busca do primeiro trabalho, aqueles que precisam de crédito a juros baixos e também os que querem montar seu próprio negócio, mas lhes falta capacitação. É um desafio que está sendo enfrentado e com bons resultados.

*Engenheiro agrônomo, 37, líder do governo na Assembléia Legislativa e vice-presidente do PSDB de São Paulo. Foi secretário de Estado da Habitação no governo Covas (95/96).

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