DA ASSESSORIADiante de mais dois casos graves de contaminação que se tornaram públicos nos últimos dias, verificados na cidade de Bauru - onde os exames revelaram que 76 pessoas estão contaminadas por chumbo - e na Vila Carioca, na Capital - onde, segundo estimativa da promotoria, até 30 mil pessoas podem ter sido afetadas pelas substâncias tóxicas -, o deputado estadual Wagner Lino (PT) defende a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das áreas contaminadas do Estado de São Paulo.O pedido de criação de uma CPI nesse sentido foi protocolado pelo parlamentar em agosto de 2001, após a divulgação da contaminação verificada no conjunto residencial Barão de Mauá, no município de mesmo nome da Grande São Paulo.A CPI, além de investigar as empresas causadoras de poluição, também visa apurar a falta de atuação da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) do governo do Estado, órgão que deveria monitorar as áreas contaminadas buscando prevenir prejuízos ao meio ambiente e à população que vive próxima a essas áreas. Lei cria o cadastro de áreas contaminadasO parlamentar também entrou na Assembléia Legislativa de São Paulo, em outubro de 2001, com um projeto de lei que obrigaria o governo do Estado a publicar no Diário Oficial, a cada bimestre, um cadastro completo das áreas contaminadas ou sob suspeita de contaminação. "Isso evitaria que a população fosse surpreendida já com a saúde afetada, como ocorreu no caso da Shell em Paulínia e agora em Bauru", afirma Wagner Lino.