Roberto Uehara cria um ritmo espacial e cromático que anima a estrutura de suas colagens

Emanuel von Lauenstein Massarani
12/05/2004 14:00

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Na pintura de Roberto Uehara, as imagens se enunciam leves e se suavizam na feitura das formas, como que absorvidas no sopro da cor, a criar prospectivas de medida metafísica. São imagens imersas num nebuloso limo atmosférico, fragmentos de uma realidade recomposta sobre o finalizar de um sonho.

Em suas obras podemos notar também como a inteira arquitetura da composição é baseada no cuidadoso equilíbrio entre luz e volume, entre cor e espaço, e como tal relação determina modulações abstratas que tendem a simular a realidade representada.

Pintor de profundas capacidades interpretativas, Roberto Uehara busca, através das mais diversas experiências culturais e artísticas de nosso tempo, uma linguagem próxima às visões do próprio mundo poético. Após ter passado por experimentações diversas, encontra atualmente uma área de expansão de sua vitalidade na interpretação poética da natureza.

A sua modernidade não significa, entretanto, improvisação, entusiasmo emotivo e epidérmico, nem superficialidade. A proposta avançada de sua linguagem pictórica consiste numa pesquisa cuidadosa de novos valores, em que a colagem de tecidos diversos e repintados sobre suas telas cria um ritmo espacial e cromático que anima a estrutura das composições.

A exemplo da obra Construções X, doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, suas telas, por uma essencialidade estática vagamente metafísica, se apresentam, todavia, animadas pelo lirismo das cores.

O artista

Roberto Uehara nasceu em São Paulo, em 1960. Formou-se em artes plásticas pela Faculdade Armando Álvares Penteado. Além de artista plástico, tem atuado como designer gráfico e ilustrador. Sua obra está catalogada no anuário Artes Plásticas Brasil, de Júlio Louzada.

Desde 1988 tem participado de diversas exposições coletivas: "Campos das Artes" (1988); II Perspectiva Brasileira de Artes Visuais (1989); XXIV Mostra Anual de Arte da Faap (1993); "Abstracionismo", Galeria de Arte André (1994); XI Salão Bandeirante de Artes Visuais, Círculo Militar, SP (1995); "Sensibilidade da Artes", Espaço Cultural Trem de Prata; "Cor e Expressão", Espaço Cultural Shopping Ibirapuera; "Quatro Artistas", Galeria Ponto das Artes; "Criação e Convergência", Shopping Inter Lar; (1996); "Linguagens Pictóricas", Espaço Cultural da Assembléia Legislativa; "Cores da Primavera", Liceu de Artes e Ofícios, SP (1997); Escritório de Arte Dario de Barros Filho e S. E. Palmeiras (1999); Espaço Cultural Alberico Rodrigues, SP (2001); Galeria ELF, Belém do Pará; e XVI Salão de Arte da Associação Cultural de Pinheiros (2003).

Participou ainda de inúmeras exposições individuais, entre elas: "Fluição e Reflexo", Espaço Cultural Hilton Hotel (1994); "Abstratos", Galeria de Arte Telesp; Espaço Cultural Barophilos; Galeria de Arte Casa de Portugal; Espaço Banespa (1995); "Registros Primordiais", Galeria de Arte Hebraica; "Fátuas Paragens", Centro Cultural de Diadema; Galeria Telesp e Galeria de Arte do Clube Homs (1996); "Abstrações", Espaço Cultural Shopping Center 3 (1997) e Clube Alto de Pinheiros (1998); Espaço Cultural Banco do Brasil (1999); Fórum Pedro Lessa, SP (2001); Espaço Cultural Winston Churchill, SP (2002); "Abstrações", Espaço Cultural do Conjunto Nacional (2003); Espaço Cultural das Clínicas e Galeria ELF, Belém do Pará (2004).

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