Deputada quer que seja investigado novo vazamento de óleo no Estuário de Santos


02/05/2002 15:42

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DA ASSESSORIA

Pela segunda vez em oito dias, a deputada Maria Lúcia Prandi (PT) está acionando o Ministério Público, por meio da Promotoria do Meio Ambiente, para que sejam investigadas as causas do novo derramamento de óleo no estuário de Santos, ocorrido no sábado, 27/4. A parlamentar pediu uma rigorosa investigação e a punição exemplar dos responsáveis, com o pagamento de indenização e multa por danos ao meio ambiente.

O acidente anterior ocorreu no último dia 19/4 e provocou o derramamento de 15 mil litros de óleo. Nas duas vezes, a mancha de óleo foi descoberta por acaso, pois os responsáveis não se preocuparam em avisar os órgãos ambientais.

"É uma absurda rotina de acidentes que está comprometendo seriamente o meio ambiente". protesta Maria Lúcia Prandi. "A impunidade é o grande incentivador dos crimes ambientais". O acidente de sábado é o quarto no prazo de um ano, envolvendo poluição do estuário por óleo combustível. Desta vez, a mancha atingiu 100 metros quadrados, sem que se tenha descoberto a origem do óleo. Há suspeitas de que a Petrobrás seja a responsável, mas a Cetesb e a Capitania dos Portos não descartam a possibilidade de o material ter vazado de alguma barcaça, durante o fornecimento de combustível a algum navio.

"É preciso ir a fundo nas investigações. Em setembro do ano passado, houve a poluição do estuário por óleo e, por incrível que possa parecer, não se descobriu o responsável", afirma Prandi. "O combustível espalhou-se por cinco quilômetros, atingiu a margem esquerda do estuário, afetou a vida marinha e os manguezais e o poluidor ficou livre e impune para cometer outros crimes".

A parlamentar diz que insistirá em pedir providências e responsabilização dos culpados, para que os acidentes não passem a ser encarados com naturalidade. "A repetição dos fatos gera a mentalidade de que os acidentes fazem parte do cotidiano de qualquer porto e que este é o preço de determinadas atividades econômicas", argumente Prandi. "Essa visão serve apenas aos interesses de grupos sem qualquer compromisso com os investimentos em segurança e redução dos riscos ambientais".

alesp