Ação jovem e os sindicatos sociais

Opinião
25/05/2005 17:27

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O conhecimento da realidade socioeconômica do Estado de São Paulo, através dos dados do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS) e do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS), já constitui importante ferramenta para orientar as ações do poder público. Quando presidente da Assembléia Legislativa, procurei desenvolver uma agenda na qual o Parlamento paulista pudesse estreitar a sua relação com a sociedade organizada, por isso a produção dos indicadores sociais. Identificamos níveis de escolaridade, longevidade, produção de riqueza e mapeamos, nos 645 municípios paulistas, as famílias que vivem em áreas de vulnerabilidade baixa, alta e muito alta. O que o senso comum apontava, ficou patente diante das informações coletadas pela Fundação Seade: embora seja o Estado economicamente mais pujante do país, São Paulo possui alarmante quadro de desigualdade social, agravado pela pouca abrangência dos programas e projetos governamentais.

Durante a elaboração do IPVS, fomos alertados pela Fundação Seade que, somente na Região Metropolitana de São Paulo, onde vivem 7,4 milhões de jovens, mais de 15,5% entre 15 e 17 anos não freqüentavam escola e outros 7,5% entre 18 e 24 anos não tinham sequer completado quatro anos de estudos. Sem ter concluído o ensino fundamental e médio, portanto excluído do mercado de trabalho, este jovem seria presa fácil da marginalidade. A partir desta constatação, o governador Geraldo Alckmin instituiu, por meio da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADS) o programa Ação Jovem, cujo objetivo é dar oportunidade de inserção social àqueles jovens que não puderam freqüentar escola em idade apropriada. A operacionalização é feita pela SEADS em parceria com as prefeituras, a quem compete cadastrar os candidatos que se encaixem no perfil exigido pelo programa, que deverá atender, prioritariamente, famílias de baixa renda per capita. O segundo passo é inserir o jovem na rede municipal ou estadual de ensino e garantir sua permanência na escola por meio do repasse de um subsídio de R$ 60,00 mensais. Além do auxílio financeiro, o Ação Jovem oferece cursos de habilidades gerais para o trabalho, mediante convênios com prefeituras e Organizações Não Governamentais. Cerca de 25 mil jovens da região metropolitana de São Paulo, Campinas e Baixada Santista já são beneficiados pelo programa. A meta do governo Geraldo Alckmin " e está previsto no Orçamento do Estado para o próximo ano - é ampliá-lo, sobretudo em municípios localizados em setores censitários de alta vulnerabilidade e concentração de pobreza. Nas emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias, em tramitação na Assembléia Legislativa, priorizamos o aumento das parcerias para a implementação do Ação Jovem, pois entendemos que os municípios menores também precisam dar dignidade e oportunidade a seus jovens.

* Sidney Beraldo é deputado estadual pelo PSDB, presidente da Comissão de Economia e Planejamento e ex-presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo.

alesp