Solicitada investigação das causas de mais um vazamento de óleo no estuário

Indignada com mais um vazamento a deputada Prandi acionou o Ministério Público
22/04/2002 19:12

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DA ASSESSORIA

A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) solicitou ao Ministério Público, por meio da Promotoria do Meio Ambiente, a participação do órgão nas investigações da causa do acidente que provocou o derramamento de pelo menos 15 mil litros de óleo combustível no estuário de Santos, na sexta-feira, 19/4.

A parlamentar pediu rigorosa investigação, punição exemplar para os responsáveis e pagamento de indenização, além de multa por danos ao meio ambiente. Para Prandi, "a impunidade é o grande fator incentivador dos crimes ambientais".

Embora sabendo que a Capitania dos Portos está investigando o caso e que o responsável deverá ser punido com a aplicação de multa, a parlamentar não considera suficiente. "Entra-se com recurso contra a multa e a questão vai rolando. Quem de fato paga as multas?", questiona, lamentando mais essa agressão às águas estuarinas, aos mangues e a todas as formas de vida existentes no ecossistema marinho local. "Os prejuízos são incalculáveis", acrescenta.

Prandi lembra que o vazamento ocorrido na sexta-feira provocou morte de peixes e afetou pássaros, que apareceram sujos de combustível, sem contar os estragos que não são visíveis a olho nu. "Considero o acidente grave e, o que é pior, foi descoberto por acaso. É uma irresponsabilidade brutal. Falta fiscalização e compromisso. É inadmissível que alguém provoque um acidente de tal proporção e fique em silêncio, omitindo o fato como se nada houvesse acontecido e retardando os trabalhos de contenção do óleo", critica a deputada.

A parlamentar afirma que este é o terceiro acidente de que se tem notícia, envolvendo poluição do estuário por óleo combustível, no prazo de pouco mais de um ano. "Em março do ano passado, foram 15 toneladas, vazadas de uma barcaça. Em setembro, houve outro vazamento, mas não foi descoberto o responsável e nem a quantidade de óleo derramada, sabendo-se que o combustível se espalhou por cinco quilômetros, atingindo a margem esquerda", relembra.

Além dos danos ao meio ambiente, a deputada Maria Lúcia Prandi cita os elevados custos das operações para evitar que o óleo se espalhe. Referindo-se ao acidente da última sexta-feira, a deputada explica que os trabalhos de contenção envolveram 50 funcionários e se estenderam por 13 horas, ao custo de R$ 3 mil a hora. "Este é um gasto líquido e certo, enquanto o pagamento de multa ou de indenização ainda é uma incógnita", conclui indignada.

alesp