Notas de Plenário


26/05/2006 19:51

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Faltam cadáveres?

Sebastião Arcanjo (PT) comentou a demissão do secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa. "A demissão do secretário ocorreu numa crise nunca vista na história da Segurança Pública." O deputado disse que os laudos de pessoas mortas durante o período de conflitos comandados pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) não estão completos. "O Ministério Público deu prazo de 72 horas para que a Secretaria da Segurança Pública enviasse informações acerca dos cadáveres." Arcanjo comentou a ameaça de greve feita pelos agentes penitenciários do Estado, que queriam a demissão do então secretário de Assuntos Penitenciários, alegando falta de segurança no trabalho. O deputado disse ter apresentado três projetos de lei. Um deles pede indenização de todas as vítimas dos incidentes ocorridos nos últimos dias nos choques entre a polícia e o PCC. Outro projeto solicita que parte dos R$ 18 milhões arrecadados sejam destinados à Segurança Pública. O deputado criticou, ainda, a base governista do PSDB: "Eles negam ao Legislativo o direito de fiscalizar, impedindo a instauração de CPIs". Segundo o parlamentar, o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu, deveria ser o próximo a ser demitido.

Nunca deveria ter entrado

Conte Lopes (PTDB) disse que o ex-secretário da Administração Penitenciária favorecia o crime organizado, pela indisciplina, pela falta de ordem e pela inversão de valores com que administrava. Conte Lopes afirmou que Nagashi Furukawa punia os agentes penitenciários e favorecia os bandidos. O parlamentar leu documento no qual o PCC aconselha seus "irmãos" a votarem a favor do PT. Esse documento, segundo ele, data de 2002 e incita à punição dos repórteres da Globo e de políticos do PFL e do PSDB. Conte leu também ofício do juiz de direito Antonio Machado Dias, ex-corregedor do presídio de Presidente Prudente, encaminhado ao comando da PM. Nesse ofício, disse Conte Lopes, Nagashi Furukaya foi informado das ameaças de morte sofridas por aquele juiz, que foi, segundo alguns jornais noticiaram, assassinado pelo PCC por ser "rigoroso demais". "Nagashi Furukawa cooperou com o crime organizado. Saiu de onde nunca deveria ter entrado", disse Lopes.

alesp