Aberta Feira de Produtos Industrializados do Sistema Penitenciário de São Paulo na Assembléia Legislativa


20/10/2000 17:36

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O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Vanderlei Macris, abriu na tarde desta sexta-feira, 20/10, juntamente com o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, a Feira de Produtos Industrializados do Sistema Penitenciário de São Paulo, que se estenderá até o dia 25 no Hall Monumental da Assembléia Legislativa.

A mostra, que está aberta ao público, exibe produtos como cadeiras de rodas, móveis escolares e residenciais, equipamentos elétricos e eletrônicos, entre outros.

Em seu discurso, Macris ressaltou que o evento fortalece a postura do sistema prisional que, segundo ele, é de dar ocupação ao detento para que ele possa se reinserir na sociedade. Para o presidente da Assembléia, a sociedade paulista é atingida constantemente por acusações, muitas vezes mal intencionadas, de que os presos não trabalham, são ociosos e apenas oneram o Estado. Macris encaminhou os cumprimentos do Parlamento paulista ao secretário Nagashi Furukawa, da Administração Penitenciária, e sua equipe, pela iniciativa de mostrar à sociedade que o sistema prisional brasileiro e paulista está diferente do que pensa essa mesma sociedade. "Que os detentos possam praticar o labor, levando-os a uma completa perspectiva de futuro", afirmou. A Assembléia Legislativa colabora com o projeto não apenas abrigando a Feira, mas enviando suas cadeiras e estofados para reforma pelos detentos.

Nagashi Furukawa destacou a presença de diretores de presídios de todo o Estado no evento. "Hoje é um dia muito especial, em que podemos mostrar o trabalho dos reeducandos e reunir diversos representantes dos sistemas prisionais de todo o Brasil e diretores de vários presídios do Estado de São Paulo, que exercem uma das mais difíceis funções do Estado, que é a de restringir a liberdade de um seu semelhante", afirmou o secretário, para quem está na hora de se quebrar alguns mitos em relação ao sistema prisional, principalmente o do ócio. De acordo com ele, dos 57 mil detentos do Estado de São Paulo, 32 mil estão trabalhando e os demais não estão por falta de colaboração da iniciativa privada.

"Os reeducandos são pessoas comuns, normais, que em algum momento cometeram algum delito", disse o secretário, referindo-se aos detentos e salientando que está mais do que provado que apenas o ato de prender não vai resolver o problema da segurança. Furukawa também ressaltou a simbologia do ato de a Assembléia Legislativa estar abrigando a Feira. "São os representantes do Estado de São Paulo abrindo as portas da sociedade para os reeducandos que estão trabalhando enquanto pagam suas dívidas com a sociedade, para que possam sair, depois de pagá-las, de cabeça erguida, sem dever nada a ninguém", concluiu.

O evento, que contou com as presenças do secretário adjunto da Administração Penitenciária, Mário Jordão Toledo Leme; da diretora do Sistema Penitenciário Nacional, Rosângela Magalhães; e de coordenadores do Sistema Penitenciário de todo o país foi encerrado com uma apresentação do coral Vozes da Liberdade, formado por reeducandos.

alesp