Notas de Plenário


10/04/2006 19:17

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Ataques à delegacia de Suzano

Vanderlei Siraque (PT) comentou a situação da segurança pública no Estado citando dois casos. O primeiro deles diz respeito à delegacia central da cidade de Suzano, que, em menos de um mês, foi atacada duas vezes. "E a Secretaria da Segurança Pública, em vez de enviar reforços a Suzano, fingiu que não era com ela." Para realçar o "descaso" demonstrado em relação à população de Suzano, Siraque afirmou que, ao mesmo tempo em que o crime organizado tomava conta do município, a Polícia Civil cuidava da segurança de um show de luta livre. "Um espetáculo com fins lucrativos, promovido pelo dono de uma casa de prostituição, contou com os serviços da Delegacia Anti-Seqüestro e do Grupo de Operações Especiais", declarou o deputado, lamentando a humilhação a que os policiais foram submetidos.

O rato atrás do gato

Conte Lopes (PTB) prosseguiu o raciocínio de Siraque citando outros casos de ataques a policiais civis e militares. "Os bandidos estão enfrentando a polícia de peito aberto", considerou. Para Conte Lopes, a polícia está fazendo a sua parte, mas quando um policial enfrenta um criminoso, em vez de receber uma medalha, ele acaba sendo indiciado e encaminhado a um tratamento psicológico. "A única atitude para combater a violência é pôr mais policiais na rua, com salário digno", resumiu.



Candidato próprio

O lançamento de candidato próprio do PDT à Presidência da República foi defendido por José Bittencourt (PDT), que questionou a prática próxima ao bipartidarismo exercida no país, sendo que há quase 30 partidos registrados na Justiça Eleitoral. O deputado ressaltou o caráter democrático da reunião promovida pelo partido nesta terça-feira, 11/4, às 10h, no auditório Teotônio Vilela. "Esse assunto, que poderia ser tratado internamente, será realizado de forma transparente, em um debate que irá aperfeiçoar e trazer novas idéias sobre o nosso país." Entre os presidenciáveis do PDT, Bittencourt citou o governador Ronaldo Lessa (AL), o senador Jefferson Péres (PDT-AM), o senador Christovam Buarque (PDT-DF) e o cientista Bautista Vidal.

Nossa Caixa

Renato Simões (PT) considerou esclarecedora a matéria de Paulo Moreira Leite e Ricardo Brandt publicada na edição de 10/4 de O Estado de S. Paulo, já que comprova, com transcrição de peças do Ministério Público, que as irregularidades nos contratos com agências de publicidade não foram denunciadas pelo presidente do banco, como teria dito o líder do governo Edson Aparecido (PSDB). "Foram desviados R$ 48 milhões para empresas de publicidade com a finalidade de comprar a base de sustentação na Assembléia Legislativa e de financiar ações eleitorais promovidas pelo Fundo Social de Solidariedade", afirmou Simões.

Quem não deve não teme

No próximo dia 11/4, o PDT promoverá, na Assembléia Legislativa, debate com os pré-candidatos do partido à Presidência da República. Ana Martins (PCdoB) congratulou-se com o partido pela iniciativa, mencionando nomes de peso da legenda, como Bautista Vidal, Jefferson Péres, Ronaldo Lessa e Christovam Buarque, que deverão comparecer. Referindo-se à cobertura do jornal O Estado de S. Paulo sobre as CPIs na Assembléia, Ana afirmou que, se os órgãos de imprensa se preocupassem em divulgar o que acontece no Parlamento paulista, a população saberia com maior transparência o verdadeiro papel do Legislativo. A crítica ao poder do ex-governador ao impedir a instalação de comissões de inquérito para averiguar irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas levou Ana Martins a concluir: "Por que tirar o papel do Legislativo? Ele mesmo (Alckmin) disse que quem não deve não teme. Mas ele teme!".

Está ficando vergonhoso

Enio Tatto (PT) também se congratulou com a imprensa pelas matérias do fim de semana. "Falta à imprensa cobrir um pouco mais a Assembléia Legislativa para que apareça a cara do Governo de São Paulo", disse Tatto, lamentando que a maioria do governo na Casa tenha impedido por três anos que qualquer CPI se instalasse. O ex-governador, segundo Tatto, não quer a apuração de nada pela Assembléia, ainda que o Tribunal de Contas tenha apontado irregularidades em contratos de empreendimentos da CDHU, das obras da calha do Tietê, do Metrô e da Febem. "Está ficando vergonhoso para nós, deputados, não termos nenhuma CPI aberta", lamentou.

Partidos isolados

Segundo Edson Aparecido (PSDB), o PT e o PCdoB tentaram, num primeiro momento, amordaçar o Judiciário e o Ministério Público e, de alguma maneira, influenciar os órgãos de imprensa. Entretanto, com tudo isso, continua o deputado, são hoje partidos que se encontram isolados. "Depois de 21 anos falando a mesma coisa, não conseguiram fazer no governo aquilo que pregaram", disse Aparecido, afirmando, ainda, que os dois partidos não têm projeto de governo e que as outras legendas não querem fazer aliança com o PT. "Por que o povo de São Paulo não reconduziu o PT à prefeitura?", indagou. "Por que o Lula vai andar sozinho nesta eleição? Porque ninguém quer lhe dar o braço!" Quanto às críticas à Febem, Aparecido afirmou que "a Febem não precisa de CPI, precisa de vontade política, que este governo de São Paulo tem".

Governo entreguista

Para Ana Martins (PCdoB), o PSDB tem um projeto para o Brasil, que é privatizar tudo o que é público. Segundo a deputada, o grande crime de Fernando Henrique na Presidência da República foi a privatização da Companhia Vale do Rio Doce: "O governo não vendeu, doou. Foi um governo entreguista!", disse Ana, lamentando que R$ 3 bilhões tenham comprado uma empresa que, só de logística, tinha sido avaliada em mais de R$ 10 bilhões e que, em 2005, teve faturamento de R$ 10,8 bilhões. "Os tucanos têm projeto de destruir o país, de deixar o povo faminto e desempregado", concluiu.

Torcendo para dar errado

Dos R$ 800 milhões prometidos pelo governo federal para projetos viários no Estado de São Paulo, somente R$ 14 milhões foram efetivamente entregues, denunciou Edson Aparecido (PSDB). Segundo o deputado, o PT e seus aliados somente torcem para que os governos que eles não administram dêem errado. Dirigindo-se a Ana Martins, Edson Aparecido afirmou que ela deveria "cobrar de seu governo" o auxílio da União para a construção de linhas de metrô e as transferências de recursos do fundo previdenciário, por exemplo. "O que nós, do governo do PSDB, fizemos, vamos debater."

Não decolou

"O PSDB passa por um momento seriíssimo, que é a não decolagem da candidatura Geraldo Alckmin", afirmou Ênio Tatto (PT). Quanto ao governo Lula, para o deputado a população vai julgá-lo em 1º de outubro: "Não tenho dúvida de que a população reconduzirá o presidente por mais quatro anos". Sobre a afirmação de Edson Aparecido de que é preciso vontade política para resolver o problema da Febem, Tatto concordou: para ele, o governo tucano foi incompetente.

Jovens sem referência

Vanderlei Siraque (PT) reportou-se à matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo deste domingo sobre a Febem e a influência do PCC no dia-a-dia dos jovens infratores. Ele afirmou que a instituição é uma fábrica de quadrilhas. "Os jovens no Estado de São Paulo não têm referência nas instituições e nos órgãos públicos estaduais. Estão errados? Talvez não, porque o Estado não garantiu o direito à educação, o direito ao primeiro emprego, só serviu para punir", disse. Siraque acusou Sofia Alckmin de traficar influência na Secretaria da Fazenda para beneficiar a butique Daslu, onde trabalha. Quanto à violência, o deputado afirmou que, enquanto sete pessoas morriam em Suzano na guerra entre o crime e a polícia, policiais do Grupo de Operações Especiais estavam fazendo segurança para o proprietário do clube privé Bahamas.

De novo!

Romeu Tuma (PMDB) informou que seu escritório político " extensão de seu gabinete parlamentar " foi arrombado na madrugada desta segunda-feira. Tuma afirmou que a delegacia local fez uma verificação e só houve duas ocorrências, nos últimos dois anos, de arrombamento na rua em que está instalado e, coincidentemente, foram em seu escritório.

Elevando o nível

Afirmando querer elevar o nível do debate, para que as eleições deste ano sejam focadas no que se espera em termos de desenvolvimento do país e de melhoria da qualidade de vida do povo, Edson Aparecido (PSDB) declarou que os assuntos que envolvem hoje o PT são assuntos de polícia. Aparecido acusou o PT de distribuir cargos da administração direta e indireta para membros do partido ou aliados. O deputado elogiou a privatização do sistema de telefonia do país: "Imagine o que o PT faria se tivesse a Telebrás. O mesmo que fez com os correios!". Ele elogiou as privatizações do governo FHC, afirmando que hoje a Vale do Rio Doce é a segunda maior companhia de mineração do mundo. "Homem público que busca avançar em sua carreira somente pela crítica pessoal não está preparado para a vida pública!"

Animação

Referindo-se à afirmação de Edson Aparecido de que o PCdoB não tem projeto para o Brasil, Ana Martins (PCdoB) rebateu: "Vossa Excelência conhece o projeto do meu partido, porque já fez parte dele!". Sobre a matéria "Após 67 tentativas, oposição se anima com CPI", publicada no jornal O Estado de S. Paulo, afirmou: "Sabe quem não se anima? A base governista!".



PPP

Para Renato Simões (PT), PPP é a abreviatura de Promiscuidade Público-Privada, referência às recentes denúncias de favorecimentos obtidos com verbas publicitárias da Nossa Caixa. "No último capítulo da novela da semana passada, conhecemos as doações que empresários paulistas fizeram à revista do médico do ex-governador", disse. Quanto ao serviço de meditação oriental prestado pela empresa do acupunturista às secretarias da Saúde e da Educação, Simões afirmou não ter nada contra a meditação, mas para ele não ficou claro porque "entre tantos institutos igualmente respeitáveis, justamente o médico do governador é escolhido para receber recursos públicos". Segundo Simões, a cada dia que se dá uma explicação, essa explicação cai. Referia-se à afirmação de Alckmin de que o governo não pagou, enquanto os extratos do sistema de execução orçamentária da Secretaria da Fazenda atestam os pagamentos.

alesp