Explode harmonicamente a estrutura musical da escultura de Cássio Lázaro


26/06/2008 11:29

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A escultura de Cássio Lázaro deve ser vista no meu modesto entender, com relação à música. Traduzindo uma estrutura musical em escultura, o artista promete a si próprio visualizar o próprio princípio da harmonia, que podemos considerar como a chave de um mistério universal.

Essa harmonia, o escultor a sente dentro de si, como uma aspiração, e a verifica, fora de si mesmo, no fenômeno. Aí temos a dupla polaridade que está presente em sua obra e que, esquematizando, se poderia reconduzir ao momento da "construção" da harmonia, através de uma tradução abstrata e simbólica de possibilidades musicais.

Muitas outras obras espelham, entretanto, o momento da "recepção" da harmonia, através da contemplação do fenômeno. Em todo caso, todavia, por quanto esquemáticas e simbólicas possam chegar a ser as linhas de Cássio Lázaro, elas não se constituem em puras entidades intelectuais, como em Mondrian, mas sempre em linhas condutoras da harmonia, sobre andamentos vitais e vitalísticos, traçados de energia, cuja vibração se torna também material.

Seus trabalhos sejam os amassados, os vazados, os totens, os rendados, as rasgaduras ou as explosões, constituem um exemplo de criatividade contínua e diversificada, próprias de um mestre da contemporaneidade.

Concordamos plenamente com o crítico Carlos von Schmidt quando afirma que suas obras - como na escultura Ruptura Quadrada, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - criaram uma linguagem em que a voz do artista se manifesta em perfeita harmonia e consonância com a cabeça que pensa e a mão que executa. E conclui que "sua escultura... fala". Entretanto, nós acrescentaríamos ainda mais que... ela canta.



O artista



Cássio Lázaro nasceu em Cássia, Minas Gerais, em 1952. Realizou cursos de modelagem para fundição de forja (1970), Escola Panamericana de Arte (1971), cerâmica e história da arte em São Paulo (1974), modelagem na Bienal Nacional de Artes Plásticas (1975), estamparia de metais e tecidos em Minas Gerais (1986).

Recebeu diversos prêmios destacando-se entre eles: Medalha de Ouro na Exposição de Arte Contemporânea, do Curtis Hixon Convention, Flórida, Estados Unidos (1986); Medalha Pablo Picasso (1980) e Medalha de Prata no Salão de Arte Contemporânea de Belo Horizonte.

Participou das seguintes exposições: Galeria Sherder, MG (1973); Galeria Itaú e Galeria Shelsea, SP (1974); Bienal Nacional de Artes Plásticas, SP (1975); Ouro Preto, MG (1976); Salão de Arte Contemporânea, Belo Horizonte,MG (1977) ; Museu de |Arte de Belo Horizonte,MG (1978); Encontro de Escultores Brasileiros, MASP (1978); Panorama da Escultura Brasileira, MAM-SP (1980); Primeiro Salão de Artes Plásticas Pablo Picasso (1980); Salão de Arte Moderna, RJ (1982); Espaço Cultural H. Campo Grande,MS ; Choutar Clube,Curitiba, PR e Ateliê Stela Ballard,SP (1984); Festival de Férias de |Campos de Jordão,SP e Exposição de Arte Contemporânea na Florida, Estados Unidos (1976); Festival de Inverno de Campos de Jordão (1987); Helvetia Choutar Clube, Campinas (1988); Chapel Art Show (1989); Laguna Beach, Estados Unidos e Club Skultura (1990); Hípica Santo Amaro (1991); Chapel Art Show (1992); XXVIII EXPOAL (1993), 20 Anos da Galeria Skultura (1996); Mostra Itinerante``7 escultores brasileiros´´ (1997); Segunda Mostra de Escultura Centro Empresarial do Rio de Janeiro (1998); Centro Cultural Sorocaba, MUBE,SP e Espaço Cultural Albert Einstein (2000); Galeria Arvani Arte,SP (2001); Galeria Arte Aplicada, SP (2002), Casa Cor e Galeria Nova André, SP (2003).

Suas obras se encontram em coleções nos Estados Unidos, França, Espanha, Suíça, Venezuela, Itália e Brasil.

alesp