Dois fatos de grande importância marcaram o final de março, no Brasil e no Mundo: no domingo, dia 22 de março, comemorou-se o Dia Mundial da Água; no sábado, dia 28, governos, empresas e população de todos os países foram convidados a apagar as luzes por uma hora. Simbolicamente, também foram apagadas as luzes de diversos monumentos no mundo, com a finalidade de provocar uma reflexão sobre os problemas do planeta.

Ambos os fatos enfocam questões preocupantes, que nos envolvem diretamente, não podendo ser relegadas a um plano secundário, como se não nos atingissem no dia a dia. No caso da água, logo nos vêm à mente os problemas que enfrenta o nosso rio Paraíba do Sul e praticamente toda a sua bacia. A ocupação irregular, causada pela especulação imobiliária ou pela exploração equivocada de seus recursos minerais, e a destruição das matas ciliares tornaram a situação quase caótica, com sérios riscos para a população regional.

Igualmente preocupantes são as práticas degradantes do uso do solo, a destinação indevida do lixo " cuja maior parte poderia ser reciclado ", o desmatamento e o uso de agrotóxicos, situações que sabidamente prejudicam o meio ambiente.

Com relação ao programa Na Hora do Planeta, instituído em 2007 pela Rede WWF, que mobilizou cerca de 2,2 milhões de pessoas em Sydney, na Austrália, e que no ano passado já contou com a participação de mais de 50 milhões de pessoas, em 400 cidades de 35 países, as preocupações se voltam para o aquecimento global e as mudanças climáticas provocadas pela ação destrutiva do homem. É um movimento necessário para despertar e engajar os povos da maioria dos países, que ainda acham que o desastre é algo que está longe de acontecer.

O Brasil participa pela primeira vez do programa, e no Vale do Paraíba apenas quatro cidades aderiram, entre elas Taubaté, com o toque da sirene do antigo prédio da CTI e o desligamento das luzes do Cristo Redentor. É uma pena que mais cidades não tenham dado atenção à idéia, que, apesar de ser um gesto simples, ganha força pelo seu caráter universal.

De nossa parte, temos buscado usar nosso poder político para contribuir com a causa ambiental, realizando discussões sobre o assunto, apresentando projetos de lei para reaproveitar ou evitar o desperdício de água e buscando recursos, por exemplo, para diminuir a poluição do rio Paraíba, com a construção de estações de tratamento de esgoto em nossas cidades.

Estamos também disponíveis para apoiar qualquer iniciativa da comunidade, pois temos consciência da necessidade de agir com rapidez e de forma global e articulada. Afinal, a vida no Planeta pede socorro!



*Afonso Lobato é deputado estadual pelo Partido Verde.