Localizada em um prédio histórico, de 1939, com decoração primorosa, a Câmara Municipal de Santos sediou nesta quarta-feira, 19/11, a audiência pública da Região Metropolitana da Baixada Santista e da Região Administrativa de Registro, que debateu o Orçamento 2009, sob a iniciativa da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia. Presidida pelo deputado Bruno Covas (PSDB), a comissão esteve representada pelos deputados Enio Tatto (PT) e Vitor Sapienza (PPS) na mesa de trabalhos, que também foi integrada pelo vereador santista Marcelo Del Bosco e pelos deputados da região Maria Lúcia Prandi (PT) e Luciano Batista (PSB). Acompanharam a reunião cerca de 100 pessoas. Segundo a deputada Maria Lúcia, há um nível diferenciado na condução dos trabalhos das audiências públicas deste ano, uma vez que a comissão tem distribuído informativos com as respostas a demandas apresentadas nas audiências passadas. "Isso é um ganho", disse. Luciano Batista focou sua preocupação na questão da compensação a municípios com áreas de proteção ambiental. De acordo com o parlamentar, há restrição na geração de empregos nessas localidades. Na Câmara de Santos a tribuna destinada a manifestações praticamente ficou restrita a servidores do Judiciário que, mostrando forte capacidade de organização, fizeram suas reivindicações e reclamaram das condições de trabalho naquele poder, ressaltando ainda que, enquanto algumas classes da Justiça " desembargadores e juízes " recebem altos vencimentos, outras categorias, como a de oficiais de Justiça, têm salários baixos. Realizaram manifestações Diva Ferreira, Ivone Moreira e Hugo Coviello. A Defensoria Pública esteve representada por Mateus Moro, que apresentou dados sobre as dificuldades do órgão, como falta de recursos. Os deputados da CFO falaram no primeiro bloco. Sapienza cumprimentou Tatto e o deputado Mário Reali (PT) pelo requerimento, de autoria dos petistas, que deu o ponto de partida para a realização das audiências de 2009. Tatto disse que o orçamento deveria ser elaborado pelo governo do Estado de maneira regionalizada, permitindo que a aplicação de recursos por parte dos municípios seja feita com planejamento lógico. Reivindicações da região Gilze Francisco, do Instituto Neo Mama de Santos, agradeceu as verbas recebidas e reforçou a importância de o governo investir em organismos que prestem serviços oncológicos. Também de Santos, Uriell Villas Boas indicou aumento do efetivo da Polícia Militar, mais recursos para a Polícia Civil e programa de integração social para egressos do sistema penitenciário. O vereador Luis Carlos Romazzini, de Guarujá, informou sobre os problemas de segurança em sua cidade. João Gabriel, da ONG Continental, que incentiva a cultura, apresentou as dificuldades existentes em São Vicente e ressaltou que o governo precisa cuidar da manutenção do Corpo de Bombeiros. A necessidade da implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) foi uma dos temas de João Félix, da Associação Brasileira de Ciclistas, que também pediu apoio para seu segmento e divulgou a campanha Pedala Santos. O VLT também foi comentado por João Inocêncio, da Associação do Bairro do Saboó, que ainda pediu ensino público de qualidade. Marcos Duarte preside o Sindicato dos Urbanitários " que congrega funcionários de empresas como Sabesp e Cetesb " e focou seu discurso na recuperação da Usina Henry Borden, para que esta possa gerar energia de forma significativa. Investimentos para o turismo e reforma da Ponte Pênsil foram as solicitações do vereador Juraci Francisco, de São Vicente. No encerramento, Marcelo Del Bosco aproveitou sua fala na defesa dos pescadores de Santos. O vereador indicou a criação de uma cooperativa de pescadores artesanais, com trabalho de conscientização ambiental para os cooperados. "Não podemos deixar que a tradição da pesca artesanal seja abandonada". Região Metropolitana da Baixada Santista A Região Metropolitana da Baixada Santista, criada em 1996, tem seus limites idênticos aos das Regiões Administrativa e de Governo de Santos. É formada por nove municípios, dispostos em um território de 2.373 km²: Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. O relevo regional, composto por pequena faixa de planície litorânea e pela Serra do Mar, e a baixa qualidade dos solos explicam a reduzida atividade agropecuária, onde se destacam a cultura de banana e palmito de pupunha, em Itanhaém, e a piscicultura. A Baixada Santista possui uma estrutura industrial dinâmica, cujos segmentos mais expressivos são o refino de petróleo e a metalurgia básica, além do ramo químico. A importância desses setores é complementada por inúmeras plantas industriais de bens intermediários. As indústrias de fabricação de alimentos e bebidas também são atividades importantes. Em Cubatão concentra-se complexo químico-siderúrgico formado pelo pólo petroquímico, desenvolvido ao redor da Refinaria Presidente Bernardes, da Petrobrás, de indústrias de fertilizantes e químicas, e a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa). Região Administrativa de Registro Situada no Vale do Ribeira, litoral sul do Estado de São Paulo, a Região Administrativa de Registro tem sua economia baseada na agricultura, na mineração e no extrativismo vegetal. Essa região abriga grandes porções do que resta de mata atlântica no país, tendo várias unidades de conservação: áreas de preservação, parques estaduais e federais, entre outros. É formada por: Barra do Turvo, Cajati, Cananéia, Eldorado, Iguape, Ilha Comprida, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Miracatu, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Registro e Sete Barras.