Opinião - Abertura de novos cursos de medicina irá minimizar problemas de saúde pública


21/07/2011 15:08

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A medicina é a arte e a ciência de prevenir, atenuar e curar doenças. Médicos despreparados para o exercício de sua função, bem como a oferta desequilibrada de profissionais especializados no mercado são questões que têm gerado insegurança na população quanto aos serviços de saúde.

A necessidade de maior rigor na formação de médicos motivou a instalação da CPI dos cursos de medicina na Assembleia paulista, que investigou o efeito da proliferação das faculdades e os efeitos desse fenômeno na qualidade dos serviços prestados.

Ao encerrar suas atividades, a comissão, da qual tivemos a honra de integrar como membro efetivo, concluiu, entre outras coisas, sobre a importância de se qualificar profissionais da área de saúde através de cursos com excelência de ensino, e sobre a certeza de que problemas de formação e qualificação fragilizam o exercício profissional e o atendimento dado à população.

Segundo especialistas, há vários problemas nas escolas de medicina, tais como as poucas vagas oferecidas em hospitais-escola, vagas insuficientes para residentes e falta de interesse em certas especialidades, como pediatria, oncologia e obstetrícia. Tornar o SUS um sistema de educação continuada foi outra sugestão apresentada pela CPI para aprimorar a formação dos médicos.

De 1996 até agora, foram criadas mais 101 faculdades, o que, na avaliação do ex-ministro da Saúde, doutor Adib Jatene, seria um escândalo em qualquer outro país, pois não há nação capaz de garantir instalações adequadas para tamanha demanda.

Hoje, a intenção do nosso governo é de tornar o processo de vagas ainda mais rígido. Segundo o doutor Jatene, que é membro da comissão que trabalha na elaboração desse plano, a ideia é autorizar a abertura de cursos em locais que tenham o mínimo de infraestrutura, como um número de leitos quatro vezes maior que o de vagas oferecidas, um programa de residência médica organizado e um serviço de emergência em funcionamento.

Por essas e outras razões é que não podemos deixar de louvar a iniciativa do Hospital Santa Marcelina, amplamente divulgada pela imprensa, de abrir um curso de medicina. A efetivação dessa medida só depende da publicação de uma portaria interministerial. Um hospital de excelência como o Santa Marcelina, que há 50 anos presta atendimento diferenciado aos que o procuram, tem total condição de cumprir o exposto pelo ex-ministro da Saúde.

Para nós, a construção ou ampliação de novos hospitais, dotados dos requisitos necessários, virá minimizar e muito o problema de saúde pública de São Paulo, que hoje se encontra em estado de emergência.



*Antonio Salim Curiati é médico, deputado estadual e líder do PP na Assembleia Legislativa.

alesp