AS TAREFAS DO PPS - OPINIÃO

Arnaldo Jardim*
12/12/2001 14:25

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Tive a honra de ser reconduzido à presidência do PPS, em São Paulo, no Congresso Estadual realizado recentemente. Agora, tenho a missão de comandar o partido no enfrentamento do grande desafio de 2002, onde estará em jogo o destino político do País para as próximas décadas.

No meu entender o papel do PPS é cristalino. Temos a incumbência de buscar as condições políticas adequadas para que a campanha presidencial do nosso candidato, Ciro Gomes, seja um instrumento de defesa de um projeto econômico e social alternativo ao que hoje ocorre no Brasil.

Trata-se de um projeto simples, que parte do princípio de que não há possibilidade de crescimento verdadeiro se não houver o combate frontal às desigualdades. Chega da história de primeiro fazer crescer o bolo para depois dividi-lo. Sua base é a inclusão social, a distribuição de renda e a promoção de um desenvolvimento sustentado para o qual é indispensável uma presença diferenciada do Estado - hoje em estágio avançado de desmanche - no exercício de um papel indutor das vocações econômicas do país e garantidor do interesse público no que diz respeito aos serviços públicos concedidos e privatizados.

É esse o espírito emanado do nosso Congresso em São Paulo, marcado por uma expressiva representação de todo interior e da capital do Estado, onde antigos e novos militantes, legítimas lideranças dos mais diversos extratos sociais, irmanaram-se numa vigorosa determinação de fortalecer o PPS e construir uma alternativa real e democrática de modelo de gestão política, econômica e social para o Brasil.

Como presidente eleito, recebi a delegação e assumo a responsabilidade de, juntamente com a Direção Estadual, fazer com que a nossa chapa de deputados estaduais e federais tenha uma performance inédita e possibilite o crescimento da nossa representação na Câmara Federal e na Assembléia Legislativa.

Quanto à estratégia política para o Estado de São Paulo, foi determinado pelo Congresso que vamos discutir com as mais diferentes forças políticas estaduais as propostas efetivas para o desenvolvimento paulista. Iremos ponderar o que anima cada uma das candidaturas já apresentadas e buscar a possibilidade de uma convergência de partidos de centro-esquerda (PDT, PSB, e outros) na gestão de uma nova alternativa no contexto político estadual.

Todas essas discussões e articulações passam necessariamente pela premissa básica de garantir as condições mais adequadas para o desenvolvimento da candidatura presidencial de Ciro Gomes.

Nesse sentido é fundamental também a consolidação do PPS enquanto um partido organizado, formulador e propositivo. Falo de uma agremiação que não viva simplesmente um momento eleitoral mas que tenha inserção social e uma dinâmica interativa com o dia-a-dia das comunidades, que possibilitem ao partido a condição de estuário de novas lideranças empresariais, sindicais, comunitárias e juvenis. Gente que acredite no espaço público da participação e na possibilidade de se fazer política de uma forma honesta e correta.

O PPS é um partido que não tem apenas um discurso pela ética. O PPS tem e cumpre compromissos éticos. Já decidimos que nas próximas eleições continuaremos a obedecer o mesmo princípio que valeu para o último pleito e pelo qual todos os nossos candidatos a cargos legislativos ou majoritários devem abrir mão antecipadamente de seus sigilos fiscal e bancário.

Isso é a representação simbólica da vontade, vocação e compromisso de renovação política, marcas registradas do PPS.

*Arnaldo Jardim é deputado estadual e engenheiro civil. Foi secretário da Habitação em 1993 e relator-geral do Fórum SP Séc. XXI. É presidente estadual do PPS.

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