O coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Citricultura, deputado Davi Zaia (PPS), responsabilizou as indústrias processadoras de suco de laranja pela crise que atinge o setor. Penalizados pelos baixos preços pagos pela matéria-prima, os citricultores reclamam que não conseguem sequer cobrir os custos de produção.

Nesta semana, um ex-industrial admitiu a um jornal de grande circulação nacional que participou de cartel das indústrias, que ainda persiste. As indústrias selecionam os produtores dos quais desejam adquirir a laranja, distribuem lotes das regiões produtoras e fixam o preço da caixa da fruta de comum acordo entre si.

Ao explicar como atua o cartel, Dino Tofini, ex-proprietário da CTM Citrus, disse que são fixadas três faixas de preços, uma para adquirir o produto de citricultores selecionados, pagando um pouco mais pela caixa de laranja, outro preço, um pouco mais baixo, para compras em determinadas ocasiões, e a menor faixa de preço para citricultores cuja existência é irrelevante para a indústria.

Davi Zaia disse que estuda as medidas necessárias para apurar as denúncias e colaborar com a Secretaria de Defesa Econômica, vinculada ao Ministério da Justiça, que desde 2006 vem investigando as denúncias de formação de cartel. Davi Zaia participa, no dia 19/3, da audiência pública em Defesa da Citricultura, que será realizado em Botucatu, no auditório da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp.



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