DA ASSESSORIANa reunião plenária do seu 10º congresso, realizada no Rio de Janeiro entre os dias 9 e 12 de dezembro, o PCdoB elegeu Renato Rabelo para a presidência nacional do partido. A plenária reuniu 821 delegados eleitos nas conferências estaduais, em processo de debate que começou no início deste ano e envolveu, no total, cerca de 35 mil militantes em todo o Brasil.Também foram eleitos quatro vice-presidentes: os deputados federais Aldo Rebelo (SP) e Haroldo Lima (BA); a vereadora Jô Moraes, presidente do partido em Minas Gerais; e José Reinaldo de Carvalho, secretário de Relações Internacionais. Os deputados estaduais paulistas Jamil Murad e Nivaldo Santana foram reeleitos para o Comitê Central.Durante o congresso, João Amazonas, principal dirigente do Partido desde 1962, pediu aos delegados para ser liberado da presidência. "Na década de 60, o PCdoB era um partido pequeno e perseguido, cuja direção coletiva era formada por homens como Maurício Grabois, Pedro Pomar, Luís Guilhardini, Carlos Danieli, Lincoln Oest e tantos outros que pagaram com a vida a ousadia de contrapor-se à ditadura militar", disse Amazonas. "É com saudade, respeito e emoção que me recordo desses camaradas."Em abril de 2002, Amazonas completa 67 anos de militância ininterrupta no partido e, no dia 1º de janeiro, 90 anos de idade. "Já não tenho condições físicas para continuar à frente do principal cargo na direção do partido", afirmou João Amazonas, eleito por aclamação para a presidência de honra.A unidade ampla contra o neoliberalismo, um programa mínimo comum e candidato único da oposição já no primeiro turno da eleição de 2002 foram pontos destacados pela maioria dos 90 delegados que falaram durante o congresso. Várias lideranças oposicionistas estiveram presentes. Entre elas, Lula e o deputado federal Aloísio Mercadante (PT); Anthony Garotinho, governador do Rio de Janeiro; Vivaldo Barbosa e Paulo Ramos, respectivamente deputados federal e estadual pelo PDT; o presidente da CUT, João Felício; e o presidente da UNE, Felipe Maia.