Moradores se mobilizam em defesa da moradia


03/03/2010 17:57

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Centenas de moradores compareceram à audiência pública, promovida pelo professor e deputado Carlos Giannazi (PSOL), no dia 25/2, na Assembleia Legislativa. Atentas e preocupadas com a intervenção urbana na região, na qual a Prefeitura de São Paulo já removeu moradias, remodelou acessos viários e construirá um túnel ligando a Av. Jornalista Roberto Marinho à Rodovia dos Imigrantes (tudo na linha do córrego Água Espraiada), as pessoas que moram nos bairros a serem atingidos pela obra puderam expressar sua apreensão e críticas quanto à capacidade do poder público em realocar a população desapropriada.

Giannazi abriu os trabalhos dizendo que o poder público tem de respeitar a Constituição Federal e o Estatuto da Cidade e que mais de 20 mil famílias esperam ser acomodadas em novas moradias e na mesma área da cidade em que hoje vivem e trabalham. A prefeitura, no entanto, acena que erguerá somente a metade. "A população não pode ser marginalizada e o histórico dessas ações do poder público mostra que assim o estado tem agido em ações semelhantes", lembra ele. Ao auditório lotado o parlamentar avisou que encaminhará, com urgência, requerimentos de informação à Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), bem como levará o caso à Comissão de Direitos Humanos da Alesp. O deputado deixou claro que ninguém é contra a obra, mas há que se ter critérios bem definidos e justos quanto ao destino e eventuais indenizações a serem pagas, bem como a garantia de que todas as famílias sejam atendidas em suas necessidades e direitos.

Presente ao encontro, o defensor público estadual de Habitação, Carlos Loureiro, chamou a atenção para fatos importantes como a participação popular no Conselho Gestor da Operação. A arquiteta e pesquisadora Mariana Fix apresentou um trabalho produzido por ela mostrando os interesses financeiros e econômicos de empreiteiras e do governo com a realização dessa obra.



carlosgiannazi@uol.com.br

alesp