Mãe pede na Assembléia expulsão de promotor que matou jovem


22/06/2005 12:36

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Da assessoria do deputado Fausto Figueira

"Espero que a Assembléia Legislativa ajude a fazer justiça e que o promotor Thales Ferri Schoedl seja expulso. Peço somente isso". Este apelo foi feito pela comerciante Sônia Mendes Modanez, na tarde de segunda-feira, 21/6, ao líder da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), deputado Renato Simões, a propósito da sessão marcada para as 9 horas de terça-feira, 22/6, do Colégio de Procuradores de Justiça, do Ministério Público Estadual, que decidiria pela expulsão ou não do promotor.

Thales Ferri Schoedl matou a tiros o estudante Diego Mendes Modanez, 20 anos, filho de Sônia, e feriu gravemente seu colega Felipe Siqueira Cunha de Souza, 21 anos. O crime ocorreu na madrugada de 30 de dezembro de 2004, na saída de um luau na praia da Riviera de São Lourenço, em Bertioga, e teve repercussão nacional, por sua brutalidade e banalidade. As vítimas, segundo a comerciante, teriam pedido ao promotor que parasse de discutir com a própria namorada e, por isso, teriam sido baleadas.

O promotor foi exonerado de seu cargo em 27 de abril deste ano pelo Conselho Superior do Ministério Público Estadual (MPE). Ele recorreu desta decisão ao Colégio de Procuradores da Justiça, integrado por 42 membros. Se for mantida a punição, ele será julgado por um júri popular na cidade de Bertioga. Caso contrário, o caso será apreciado em fórum especial do Tribunal de Justiça.

O líder Renato Simões, após receber o apelo da mãe de Diego, também em nome do 1º secretário da Mesa Diretora e do presidente Comissão de Direitos Humanos da Casa, respectivamente, os deputados Fausto Figueira e Ítalo Cardoso, ambos do PT, disse que espera uma atitude não corporativa por parte do MPE. "Queremos que o Ministério Público se afaste do corporativismo, tome uma atitude firme e que se dissocie da conduta criminosa de um de seus membros", acrescentou.

A comerciante Sônia, proprietária de um restaurante na cidade de São Carlos, explicou que, enquanto ela estava na Assembléia Legislativa em busca de apoio, seus familiares e os pais do jovem Felipe Siqueira Cunha de Souza encontravam-se em frente da sede do MPE, no centro da Capital, entregando uma carta aberta pedindo justiça. Conforme ela, "sem pressão e sem a cobertura da imprensa, o promotor pode ser absolvido".

O deputado Fausto Figueira, por sua vez, se solidarizou com os familiares de ambas as vítimas e disse estar confiante que o Conselho Superior do MPE fará justiça em sua decisão. Como médico, Figueira foi colega de trabalho do pai de uma das vítimas, o jovem Felipe Siqueira Cunha de Souza, Wilson Pereira de Souza, e acompanha o caso desde o começo.

ffigueira@al.sp.gov.br

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