Arnaldo Jardim participa de debate sobre conjuntura nacional


07/06/2001 16:24

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O Centro de Estudos Raduan recebeu no último dia 5/6 o cientista político Fernando Luiz Abrucio, e o jornalista José Roberto de Toledo, que debateram sobre os futuros cenários da conjuntura nacional.

O presidente do Centro Raduan, deputado Arnaldo Jardim (PPS) abriu o evento comentando sobre as prováveis mudanças do status quo e provocou os debatedores a discorrer sobre quais serão os atores que vão ocupar o espaço aberto oriundo da crise política que o governo atravessa.

O ex-editor do painel da Folha de S. Paulo, José Roberto de Toledo, afirmou que sem a criação da CPI da Corrupção as denúncias contra o governo perderão efeito, pois passarão a aparecer esporadicamente na mídia. Por outro lado, a crise de energia será um "momento sombrio do governo FHC". "No prazo de um ano, não poderemos esperar nenhuma boa notícia externa para o mercado brasileiro, em razão do desaquecimento da economia internacional. Neste contexto, agregando a instabilidade da Argentina e a crise energética, o cenário internacional será desfavorável ao Brasil", afirmou. Para Toledo, esses agravantes contribuirão para uma queda no índice de popularidade de FHC. "A velocidade do desgaste vai depender se dentro do racionamento de energia haverá apagão ou não. Este cenário será favorável às prováveis candidaturas de Ciro, Itamar e Garotinho. Porém, será um cenário muito nebuloso, sem uma definição clara até setembro", concluiu.

Por sua vez, o cientista político, Fernando Luis Abrucio, afirmou que a era do Real é um momento da história republicana sem igual. Para ele, essa constatação se deve ao fato de FHC ter conseguido maioria parlamentar de praticamente 3/5 do Congresso, em um sistema multipartidário e federativo. "O atual governo conseguiu reunir grupos políticos que viabilizaram a governabilidade, além de mudar o plano das relações internacionais do país. Porém, FHC se elegeu em um contexto e se reelegeu em outro completamente diferente. Na reeleição, o presidente passou por um momento de crise, onde preponderou a idéia do ''ruim com ele, pior sem ele'' ", ressaltou. Abrucio analisou que FHC também sofreu um voto de protesto nas regiões metropolitanas, que representam cerca de 1/4 do eleitorado brasileiro. "A questão ética será decisiva para a conta dos votos em 2002", sentenciou.

Para Abrucio, a crise energética acabou com o mito de que o atual governo é mais competente que os outros. "Até então o presidente não se expunha e isso agora está sendo questionado". Para ele, o maior problema do Brasil não é o apagão e sim o déficit externo. "Acredito que dificilmente a tríplice aliança (PSDB/PFL/PMDB) irá se repetir. A eleição de 2002 terá uma fragmentação maior", concluiu.

O presidente do Centro Raduan, deputado Arnaldo Jardim, saudou a qualidade do debate e a amplitude das visões dos palestrantes. "Buscamos com estas discussões conjunturais, por meio da reflexão de idéias, ampliar nosso horizonte. Desta forma, procuramos caminhos para que a democracia representativa transite cada vez mais para a democracia participativa", concluiu.

(Mais informações, ligue para o gabinete do deputado Arnaldo Jardim - 3886-6834/6838)

alesp