Neste momento em que a Assembléia Legislativa instala a CPI do Sistema Prisional, passo a refletir sobre a situação em que se encontra o setor carcerário no Estado de São Paulo.Assolado por seguidas rebeliões, fugas e resgates de presos o sistema prisional se aproxima da falência e se mostra frágil diante da ação do crime organizado, que tem no PCC seu mais forte representante dentro das prisões paulistas.O governo estadual, através da Secretaria de Administração Penitenciária, tem oferecido alguma reação à crise que atinge os presídios. Transferiu detentos da Capital para o Interior do Estado e vice-versa.Entretanto, ainda pesa sobre os presídios a falta de autoridade e de fiscalização, visto a facilidade com que presos portam celulares e outros produtos.Além disso, tramita nesta Casa projeto de lei complementar, do Executivo, que cria cargos de guardas de muralhas, que terão a função de guarnecer a segurança externa dos presídios do Estado.Porém, é preciso mais. O sistema deve ser totalmente reformulado, de uma forma densa que se estenda por todos os presídios de São Paulo e que atinja, inclusive, os agentes públicos.A mudança deve ser estrutural e paralela a investimentos no setor de segurança pública. Recentemente, o governo muniu as polícias civil e militar com mais de 220 viaturas Land Rover, veículo que permite percurso ágil em qualquer tipo de terreno, principalmente ruas de terra, ou seja, da periferia, que é uma região altamente atingida pela violência.A implantação das polícias comunitárias também tem garantido maior segurança à população, sobretudo, na Zona Leste, que já conta com doze bases fixas e 26 móveis.Não deixa de ser o começo de um novo modelo de segurança pública, com a participação da comunidade. A melhor forma de repensar o setor é proporcionar audiências públicas sobre o assunto na busca de soluções que mostrem novos caminhos.Para tanto, o governo precisa permitir essa interação com a sociedade, abrir espaço para discussão e acatar sugestões de quem vive o drama da violência.*Edir Sales é educadora, radialista e deputada estadual pelo Partido Liberal