Da RedaçãoCriado em 2003 como um organismo permanente da Assembléia Legislativa, o Fórum Legislativo de Desenvolvimento Econômico Sustentado deu prosseguimento a seus trabalhos no segundo semestre de 2004 com a discussão de temas como os arranjos produtivos locais, agências de desenvolvimento e novas formas de distribuição de parte do ICMS.Em agosto, membros do Fórum reuniram-se com o superintendente do Sebrae/SP, José Luiz Ricca, para um debate sobre os arranjos produtivos locais (grupos de empresas com a mesma atividade produtiva e localizadas no mesmo território). Segundo Ricca, a entidade já atua em 18 arranjos desse tipo, promovendo a competitividade e sustentabilidade dos pequenos e micronegócios.O superintendente do Sebrae apontou a necessidade de uma legislação voltada à pequena empresa como forma de contribuir para o sucesso dos arranjos produtivos locais. Na oportunidade, o presidente da Assembléia Legislativa, Sidney Beraldo, lembrou que os APLs podem ajudar no desenvolvimento paulista, sobretudo nas regiões economicamente mais deprimidas.As agências de desenvolvimento - consideradas fundamentais por sua capacidade de fomentar, integrar e promover a convergência das ações públicas e privadas - estiveram em discussão no Fórum em setembro, em seminário promovido em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) e o Núcleo de Economia Urbana e Regional do Instituto de Economia da Unicamp (Nesur).Uma das principais propostas do evento foi a criação de uma rede nacional de agências, que favorecesse a integração e a padronização de objetivos e métodos. A criação de uma página na Internet permitiria a agregação paulatina de organismos, de modo a resultar na fundação de uma associação nacional de agências de desenvolvimento.Exemplos concretos foram discutidos no seminário com a apresentação das características e formas de atuação das agências de desenvolvimento sustentável do Brasil Central e do Meio-Oeste Catarinense, da Pólo RS - Agência de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul; de São Paulo, foram apresentados os históricos das agências regionais da Alta Mogiana, do Grande ABC e de São João da Boa Vista. As experiências relatadas revelaram que não existe uma fórmula para a implantação ou conformação das agências. Entre as principais dificuldades que elas enfrentam estão a falta de recursos e a visão individualista dos gestores municipais.Ainda em setembro, ao entregar ao governador Geraldo Alckmin uma cópia do relatório de atividades do Fórum Legislativo de Desenvolvimento Econômico Sustentado, o presidente Sidney Beraldo propôs a regulamentação da Agência de Fomento do Estado, uma das principais reivindicações registradas nas reuniões regionais do Fórum.ICMSA necessidade de rever os critérios de repasse de recursos do ICMS aos municípios foi debatida em reunião que o Fórum realizou, em outubro, com a participação de técnicos da Universidade Estadual de Campinas. O professor Gustavo Zimmermann, do Nesur/Unicamp, disse na ocasião que o uso do valor adicionado como fator de distribuição de recursos leva à concentração de renda nos municípios altamente industrializados.Atualmente, 75% da arrecadação do ICMS fica com o Estado e 25% vai para os municípios; desta segunda parte, 75% se destina às cidades geradoras da renda e o restante, a partir de determinados critérios, é distribuída entre os demais municípios. "Os legisladores do Estado de São Paulo colocaram a origem da renda como critério principal, quando o critério do destino da renda, o de demanda, minimizaria a desigualdade social", disse Zimmermann.Uma das propostas para alterar a distribuição de recursos é adotar a premiação de gestões eficientes - são os repasses indutores, como os definiu Zimmermann, durante reunião do Fórum que voltou a discutir o assunto, em meados de dezembro.O encontro, desta vez, teve a participação dos conselhos consultivo e deliberativo do Fórum, com a divulgação da terceira edição do IPRS. Tanto este índice como o IPVS poderiam ser, segundo Beraldo, medidores da eficiência da gestão municipal, de modo que os municípios com melhores resultados receberiam mais recursos.O tema deve voltar ao debate este ano, já que a Assembléia pretende colocar em discussão alterações na redistribuição do ICMS, com a criação de um fundo único para o repasse de verbas. Para o presidente da Casa, a modificação deve partir do Legislativo e ter caráter pluripartidário.