DA REDAÇÃOA Assembléia Legislativa inaugurou em 29/8, no Salão Nobre da Presidência, a primeira fase do acervo artístico que compõe seu Patrimônio Artístico. São 71 obras, entre elas esculturas, pinturas, gravuras, serigrafias, colagens e fotos, espalhadas por quatro andares do prédio, de autoria de artistas consagrados e também da nova geração. Durante a inauguração, Emanuel Von Lauenstein Massarani, superintendente do Patrimônio Artístico do Parlamento paulista e responsável pela organização do acervo, lembrou que em 2000 o Palácio 9 de Julho foi, através de lei, considerado Patrimônio Cultural do Estado de São Paulo. Massarani destacou a "ação prodigiosa desta Casa em benefício do restabelecimento da democracia deste país". Segundo ele, um dos desafios da Mesa da Assembléia foi criar uma ação cultural e um acervo permanente na Casa. "Esta iniciativa é uma homenagem aos 3.500 funcionários da Assembléia e aos milhares de visitantes que poderão ficar mais perto da cultura brasileira e das representações artísticas", disse Massarani, ressaltando que, após a determinação de criar as condições, faltava o acervo. "Mas tivemos uma verdadeira avalanche de respostas ao nosso apelo, e esta primeira fase conta com 71 obras." O superintendente agradeceu aos artistas que doaram suas obras, às entidades que adquiriram obras para doar ao "mais novo espaço cultural do Estado de São Paulo" e a todos os funcionários que colaboraram para a adequada exposição das obras. Massarani afirmou que deverá ser editado um livro com as obras do acervo da Assembléia e que, em parceria com o Palácio dos Bandeirantes, será criado o Museu da Escultura ao Ar Livre, nos jardins da Casa. Em nome dos artistas, o pintor Gustavo Rosa agradeceu ao presidente da Assembléia pela iniciativa. "Um país só se forja através da cultura de seu povo", disse. O 1º secretário agradeceu aos artistas e relatou que, desde a primeira reunião desta Mesa, ficou clara a necessidade de modificar o lay-out da Casa com obras de arte. "Este é um dos momentos mais importantes da Assembléia Legislativa. A Casa do Povo não poderia prescindir da arte e da cultura", disse o secretário, completando que "a arte é como a síntese da humanidade, o que ela produziu de mais belo em sua história". O secretário afirmou ainda que o acervo artístico "está transformando um ambiente taciturno em um local resplandecente de luz". O poeta e escritor Paulo Bonfim, representando o presidente do Tribunal de Justiça, Sérgio Augusto Nigro Conceição, entregou um diploma à artista plástica Ashtar de Assis. Os demais diplomas aos artistas e doadores de obras foram entregues ao término da solenidade. Após a diplomação simbólica, o ex-deputado Rui Codo declamou o Hino ao Bandeirante. A placa comemorativa à inauguração da primeira fase do acervo artístico foi descerrada por Walter Feldman, então presidente da Casa, acompanhado do primeiro secretário, de Massarani e da artista plástica Sara Goldman. O presidente elogiou a atuação de Massarani na organização do acervo. "A cultura e o parlamento agradecem a você", disse ao superintendente. O discurso de Gustavo Rosa também mereceu elogios: "Ele falou com a emoção e o choro." Para o presidente, as conquistas feitas por esta Mesa foram alcançadas porque as anteriores "pavimentaram o caminho". Ele destacou o bom relacionamento com as entidades representativas dos funcionários e a preocupação da Mesa com a qualificação profissional, citou o Instituto do Legislativo Paulista e os cursos que estão sendo e deverão ser ministrados. "Se esta é a Casa do Povo paulista, então o povo tem de cuidar desta Casa. Temos de ter a contribuição de todos os que compreendem a democracia", disse o presidente, salientando que "as pessoas pouco sabem como participar da Casa, do plenário, das comissões". O acervo artístico seria, então, mais uma forma de aproximar a sociedade da Casa. O reconhecimento de que a Assembléia Legislativa de São Paulo é a mais enxuta e a mais conseqüente do país, por parte da Rede Globo, em uma série de matérias a respeito dos Legislativos estaduais, foi mencionado pelo presidente, que fez um contraponto entre arte e política, mostrando suas diferenças e a complementação que uma faz a outra. Para ele, seriedade no conteúdo não significa necessariamente na forma.