Palestra aborda geriatria urológica masculina e feminina


27/05/2008 21:11

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Por solicitação do deputado Pedro Tobias (PSDB), a coordenadora do Departamento de Urologia Geriátrica da Sociedade Brasileira de Urologia e responsável pelo Grupo de Urologia Geriátrica da Universidade Federal de São Paulo, Miriam Dambros, falou à Comissão de Saúde e Higiene nesta terça-feira, 27/5, sobre a geriatria urológica masculina e feminina.

A doutora relatou que a falta de hábito da população idosa, com mais de 60 anos, tanto masculina quanto feminina, de procurar o médico para relatar qualquer problema na região genital ainda é grande. Segundo ela, 50% das mulheres com mais de 60 anos sentem-se constrangidas em falar ao médico que sofrem de incontinência urinária. Por outro lado, 70% dos médicos não questionam as pacientes sobre o assunto por não terem tratamento a oferecer. Esse tratamento, conforme a especialista, é fisioterápico e, dependendo do caso, intervenção cirúrgica com tela sintética.

"A incontinência urinária atinge 30% das mulheres e 10% dos homens acima dos 60 anos. Esse quadro altera a qualidade de vida da pessoa mais que os casos de diabetes e hipertensão arterial sistêmica. O tratamento para a incontinência urinária é a reabilitação do assoalho pélvico e cirurgia", explica Miriam Dambros que lembra o claro aumento da população idosa. "A mulher vive mais e melhor porque ela procura o ginecologista ao menos uma vez por ano desde a sua adolescência. Já os homens não fazem esse acompanhamento. Eles procuram o serviço médico apenas quando estão com algum problema."

A urologista diz que o aumento da população idosa é universal e a previsão é que, em 2025, essa população chegue a 80 milhões de pessoas, ou 15% da população. Ela diz ainda que o número de pacientes com mais de 75 anos tem aumentado significativamente. Inclusive, o número de atendimentos a pacientes com mais de 90 anos, que querem ter vida sexual ativa, tem aumentado.

"Em decorrência da longevidade populacional, é preciso que os pacientes com mais de 60 anos fiquem atentos a certas doenças, como hiperplasia benigna da próstata; incontinência urinária, tanto masculina quanto feminina; déficit androgênico e tumor de próstata, que só perde para o câncer de pele.

"A hiperplasia benigna de próstata atinge 30% dos homens acima de 50 anos e grande parcela desses pacientes necessita de procedimento cirúrgico", informa a médica. Segundo ela, o exame de próstata deve ser feito em homens com 50 anos, quando branco e sem histórico familiar de tumores de próstata, e 45 anos quando negro e com histórico familiar de doença. "A espera para retirada de tumor de próstata nos hospitais públicos chega a três anos. Nesse período, alguns vão a óbito. Com o aumento da demanda de pacientes, esse quadro tende a piorar," lamenta a especialista.

De acordo com Miriam Dambros, um bom termômetro para medir a qualidade do paciente é conhecer sua vida sexual. "A sexualidade é um importante parâmetro para avaliar a qualidade de vida da população, seja masculina ou feminina." Além da vida sexual, a profissional enfatiza que o acesso a cuidados básicos e a adoção de hábitos saudáveis são indicados para se ter sobrevida. Não esquecendo, claro, do preparo de profissionais para atender à crescente população idosa.

Miriam reforça que as mulheres devem procurar atendimento médico ainda na adolescência, no início da atividade sexual, "essa indicação é extensiva aos homens".

alesp