DA ASSESSORIA

Terminou com muita comemoração a reunião, nesta sexta-feira, 07/12, em que foi apresentada a decisão oficial da Prefeitura de Santos de não municipalizar a Escola Estadual Benevenuto Madureira, no Jardim Santa Maria, Zona Noroeste, garantindo assim a continuidade das classes de Ensino Médio lá existentes. Ao lado da deputada Maria Lúcia Prandi (PT), que desde a semana passada vinha se mobilizando em defesa da escola, a secretária de Educação do Município de Santos, Jossélia Fontoura, fez o anúncio para os quase 100 professores, pais e alunos presentes, provocando uma grande reação de entusiasmo.

A "festa" aconteceu no pátio da Secretaria de Educação de Santos, onde pais e, principalmente, alunos aguardavam o final de reunião que acontecia no gabinete da secretária, com a participação de uma comissão de parlamentares, da Apeoesp (sindicato dos professores), Associação de Pais e Amigos da Escola Pública (APAEP) e professores. De todos os que se manifestaram, Jossélia ouviu diversos argumentos contrários à municipalização, solidificados no fato básico de que o fim das classes provocaria dissolução e desagregação da comunidade.

Com 54 anos de tradição, a escola representa um ponto de agregação da comunidade. Tanto que, desde o anúncio da municipalização, houve uma mobilização geral da comunidade escolar. Até na Assembléia Legislativa do Estado um grupo esteve, na quarta-feira, 05/12, para participar de reunião da Comissão Permanente de Educação, cuja presidente, a deputada Maria Lúcia Prandi, incluiu o assunto na pauta de discussão.

Foi durante o encontro na Assembléia que houve a primeiro sinal concreto de que a municipalização poderia ser revertida. O deputado Ari Fossem, que é membro da Comissão, anunciou que acabara de receber da Secretaria de Estado da Educação a informação de que a municipalização seria suspensa. "Apesar de ser uma palavra oficial, só tínhamos a palavra", observa a deputada Prandi, informando que por isso a mobilização continuou.

Na semana anterior, a parlamentar havia entregue em mãos ao secretário adjunto de Educação do Estado, Hubert Alqueres, um documento elaborado por pais e professores. "Foram várias ações somadas e, principalmente, a firme mobilização da comunidade, que garantiram a vitória", afirma Prandi.

Antes do desfecho, o professor Alberto Eduardo Ferreira Barbosa havia elogiado o envolvimento da comunidade: "Se essa luta for em vão, ela já é vitoriosa. Esse povo tem muita dignidade. Foram duas semanas de luta de cidadania".

Em nome da APAEP, Maria Ferreira Tavares, destacou que havia sido aluna da escola, quando a unidade ainda se chamava Ginásio Estadual da Vila São Jorge. "Era, e vejo que continua sendo, uma escola diferenciada. É uma comunidade que vem dando certo há muito tempo", resumiu.

O coordenador da Apeoesp, Carlos Amado, aproveitou para se colocar firmemente contra a municipalização de duas outras escolas, Cesário Bastos e Olga Coury. "São três escolas, com a Benevenuto, que têm tradição e devem permanecer com o Estado", destacou.

Ao fechar o encontro no pátio da Secretaria de Educação, a deputada Maria Lúcia Prandi reiterou os parabéns à comunidade do Benevenuto. "É uma demonstração de que a luta vale a pena e um exemplo a ser seguido por outras escolas", concluiu.