Sistema de travessia de barca em Guarujá está comprometido, diz deputada


25/04/2007 18:18

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A barca Piaçagüera ficou à deriva na manhã de 17/4, quando fazia o percurso entre Vicente de Carvalho, em Guarujá, e Santos. A deputada Maria Lúcia Prandi (PT) reivindica a revitalização do sistema, cuja travessia é administrada pela Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa). "A deterioração do sistema agravou-se nos últimos cinco anos", afirma a parlamentar, que recebeu a denúncia formalizada pela passageira Leny dos Santos. A denunciante declarou que estava em pé, perto da cabine de comando, e que o leme teria quebrado após uma manobra do condutor para desviar de um rebocador.

Prandi está pedindo imediatas providências à Capitania dos Portos, responsável pela fiscalização do serviço, e à Secretaria de Estado dos Transportes, através de ofícios, além de indicar a necessidade de revitalização do sistema, comprometido por mais de cinco anos.

"Estamos diante da repetição de um velho problema. É absurda a precariedade do sistema, responsável pelo transporte diário de 20 mil pessoas. Desta vez, como em outras, estivemos na iminência de um grave acidente. Os passageiros estão correndo perigo. É insustentável", afirma a parlamentar, acrescentando que desde 2002 acompanha e denuncia o sucateamento das embarcações e do sistema.

Leny dos Santos informou que a barca Piaçagüera ficou à deriva por volta das 7h30, cerca de 5 minutos depois que saiu do atracadouro de Vicente de Carvalho. "Eu percebi que o trajeto estava um pouco diferente, até que a embarcação ficou totalmente fora de controle, depois da manobra que a desviou de um rebocador. A lancha deu uma volta de 360 graus, mas o condutor, que deveria ser bem experiente, conseguiu retomar o controle", contou Leny.

A passageira relatou ainda que, ao atracar em Santos, viu acontecerem mais dificuldades: "A embarcação ficou de bico no atracadouro. Foi necessário jogar cordas para puxá-la e conseguir que atracasse lateralmente. Fiquei nervosa e comecei a sentir parte do meu corpo ficar amortecida. É uma situação crítica. O governo não faz investimentos", concluiu. Mãe de um filho de 34 anos, Leny disse que a barca Piaçagüera já operava na travessia na época em que era solteira.

Há um ano, relata Prandi, em março de 2006, a mesma embarcação motivou uma denúncia à Capitania dos Portos. Na época, Alcides dos Santos, presidente do Sindicato dos Marinheiros, solicitou uma vistoria emergencial, pois a Piaçagüera apresentava problemas como vazamento no eixo e falta de vigia na casa de comando. O pistão da rampa de acesso também estava quebrado.

mlprandi@al.sp.gov.br

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