Ao falar de violência corremos o risco de cair no velho Chavão popular: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Assim, podemos questionar se a violência é fruto da desestrutura social ou vice-versa? Ao vermos um menor consumindo drogas e álcool até mesmo dentro de clubes sociais de madrugada questionamos de quem é a primeira responsabilidade: dos pais ou dos seguranças do Clube? Se os pais abrem a guarda dos filhos e os liberam para a noitada de quem é a culpa: da massificação e desmoronamento dos valores morais e familiares ou dos resquícios da repressão do passado que fez com que os pais abrandassem a rigidez educacional? Afinal, quando esse menor é envolvido no círculo vicioso das drogas isso ocorre por falta dessa rigidez, ou porque a sociedade não oferece oportunidades para suprir a ociosidade que ameaça nossa juventude? Mais ainda: será que a vulnerabilidade juvenil é resultado da falta de políticas sociais e de um sistema educacional que resgatem os valores morais, éticos e familiares? Ou será que o os políticos eleitos não respondem aos anseios dos eleitores, ou se os eleitores não despertaram para sua real cidadania? Nesse contexto, questiona-se ainda o papel dos comunicadores e da mídia. O que provoca a deformação de seu conteúdo e da qualidade da informação: a censura ou o descontrole? A realidade ou o sensacionalismo, ou talvez o exercício da liberdade de expressão sem responsabilidade? Enfim, são questionamentos que despertam variadas respostas e não cabe nesse momento apontar o dedo e culpar. O importante é agir e é chegada a hora de encontrar soluções, envolvendo todos os segmentos da sociedade para garantir perspectivas de vida para uma juventude sem esperança.PADRE AFONSO LOBATO é Deputado Estadual (PV)