Comunidade quer manter projetos de alfabetização em escola estadual


19/11/2004 14:42

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Da assessoria da deputada Maria Lúcia Prandi



A deputada Maria Lúcia Prandi (PT) quer garantir que salas da E.E. Prof. Zenon Cleantes Moura continuem sendo usadas para projetos de alfabetização de jovens e adultos no período noturno. Este é também o objetivo da comunidade dos bairros próximos à escola, como o Fabril e da Água Fria, cujos moradores organizam abaixo-assinado. A parlamentar encaminhou a reivindicação à dirigente regional de ensino, Maria Lúcia Ferreira dos Santos Almeida.

"A escola tem classes regulares de ensino fundamental apenas durante o dia. À noite, as salas são cedidas para uso de programas como o Mova Brasil, BB Educar e Brasil Alfabetizado, além de classes de suplência de 1ª a 4ª séries. Conforme informações apuradas pela comunidade, uma determinação da Diretoria Regional veta a cessão do espaço a partir de 2005", explica a deputada. No ofício endereçado à dirigente regional, Maria Lúcia indaga se estas informações são procedentes e quais razões levaram à decisão de não mais emprestar algumas classes da unidade.

Um dos programas realizados na escola é o Mova Brasil, fruto de uma parceria entre o Instituto Paulo Freire, a Petrobrás e a Federação Única dos Petroleiros (FUP). Entre janeiro e outubro deste ano, o projeto ocupou três salas da unidade para a realização de sua primeira fase. Este mês começou a segunda etapa, com mais duas classes.

"Se a Diretoria Regional de Ensino mantiver a decisão, teremos que procurar outros espaços em bairros distantes dessa comunidade. Isto acarretará uma perda para essas pessoas, que, por meio da educação, estão encontrando a cidadania", lamenta Vanessa Setsuko Ferreira, uma das coordenadoras regionais do Mova Brasil.

Segundo Vanessa, os bairros próximos à escola são bastante populosos e há uma demanda elevada de pessoas pelos projetos de alfabetização de jovens e adultos. "Além disso, existe necessidade da abertura de classes de ensino nédio regular", ela acrescenta.

Em Cubatão, 169 pessoas ingressaram no "mundo das letras" a partir do Mova Brasil. Para a segunda fase, outras 240 serão atendidas. A maioria dos educandos é formada por mulheres com idade acima dos 50 anos. Outra parcela significativa é de homens, trabalhadores do pólo industrial.

Na Baixada Santista, existem núcleos do Mova Brasil em Guarujá, Santos e São Vicente. Campinas, Mairiporã, Ubatuba e São Sebastião são outras cidades paulistas onde o projeto é realizado. "O governo estadual não faz a sua parte e ainda cria dificuldades para as entidades que atendem esta necessidade elementar da cidadania. Não podemos compactuar com uma escola fechada, enquanto há pessoas querendo estudar", conclui a deputada.

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp