MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO E INTEGRAÇÃO REGIONAL - OPINIÃO

Roberto Morais*
21/08/2001 11:35

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As discussões acerca de questões ambientais constituem-se nas de maior importância no momento do planejamento quando o que se procura é o desenvolvimento sustentável.

Entretanto, é necessário que ressaltemos que para obter-se o reflexo desejado no meio ambiente, tanto na preservação quanto na tentativa de minimizarmos impactos durante a execução de planos de desenvolvimento e gestão, a visão regional é fundamental, pois o ambiente natural é dinâmico e interativo às zonas adjacentes, impossibilitando uma ação efetiva sobre o meio, se refletirmos sob aspectos exclusivamente pontuais ou locais.

Neste sentido, os trabalhos de integração entre municípios que margeiam uma mesma bacia hidrográfica ou expostos às mesmas tendências de regimes eólicos, têm uma incomensurável importância.

Os fóruns de discussão criam ensejos para que diretrizes comuns sejam consideradas, otimizando as atividades, uma necessidade muito clara para a nossa região, que possui grande expressão no Estado e que intenta crescer sustentavelmente.

O desenvolvimento pode, e deve, ser alcançado com um mínimo de agressão ao ambiente, respeitando-se o suporte dos recursos e considerando-se a meia vida dos poluentes que eventualmente sejam lançados, bem como o ciclo dos elementos, para que a "reciclagem" ambiental tenha tempo para se processar, permitindo que o meio permaneça insaturado e permanentemente abaixo dos limites máximos das concentrações de agentes poluidores mencionados na legislação ambiental.

Os abusos e excessos cometidos na emissão de poluentes atmosféricos muitas vezes não sofrem a coibição necessária por serem, em sua grande parte, imperceptíveis aos sentidos humanos, ainda que em baixas concentrações, mas trazendo grandes riscos em processos de exposição crônica dos cidadãos a determinadas substâncias como o NOx, ozônio, entre outras.

Trabalhos de reflorestamento também melhoram comprovadamente seus efeitos, ao serem realizados em extensas áreas, principalmente no que tange às matas ciliares ou regiões, onde se notam os primeiros sintomas de processos de desertificação, muito prejudiciais, pois geram alterações no clima, desgaste precoce do solo, assoreamento de mananciais, entre outros efeitos.

Este ano estamos sofrendo o desconforto de uma crise nos recursos hídricos, cujo desequilíbrio pode ter como principal coadjuvante as alterações climáticas decorrentes de interferências mal planejadas do ser humano sobre o meio ambiente.

A exemplo do referido fato, devemos, mais do que nunca, considerar os terríveis efeitos de um planejamento falho, descontroles na utilização de recursos naturais ou das superestimadas projeções de suporte ambiental, e unir forças para que comecemos a desenvolver com mais maturidade ações eficazes para controle e coibição da degradação ambiental, buscando trabalhar sempre em harmonia com o ambiente, respeitando seus limites e buscando o essencial apoio da educação ambiental, para que possamos manter a excelente qualidade de vida que toda essa região ainda nos propicia.

* Roberto Morais é deputado estadual pelo PPS, 3.º secretário da Assembléia Legislativa e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Bacia do Rio Piracicaba

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