Prandi propõe debate regional sobre acidentes de trabalho e pede que MP investigue nova explosão na Cosipa


06/07/2001 14:38

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A deputada Maria Lúcia Prandi (PT) entrou com uma nova representação no Ministério Público do Trabalho, pedindo abertura de investigação sobre as causas dos três acidentes que aconteceram nesta quarta-feira, 4/7, na Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), um deles com saldo de duas vítimas.

De acordo com a deputada, há menos de um mês a Cosipa registrou um outro acidente, com a morte de um trabalhador, fato que também levou Prandi a recorrer à Promotoria Pública.

Em todos os acidentes com vítimas a deputada tem acionado o Ministério Público, que por sua vez tem sido firme em acatar as representações, por compartilhar a opinião quanto à gravidade dos fatos.

"Já são 13 os acidentes graves ocorridos na Cosipa este ano, de acordo com o Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos. Desde a privatização, em 1993, foram 133 acidentes e 28 mortes", enfatiza a deputada Prandi, afirmando que manteve contato com o Sindicato, propondo a realização de um amplo debate, de âmbito regional, sobre os acidentes de trabalho na região. "Na semana passada, no dia 28 de junho, um acidente vitimou fatalmente um trabalhador do Tecon, em Guarujá. Existe muita ganância por parte de certos empresários e nenhum compromisso com a segurança do trabalhador. O Porto e a Cosipa são líderes em acidentes. Precisamos escancarar o problema e buscar soluções efetivas. Uma questão dessa gravidade não pode ser jogada para baixo do tapete", destaca.

Premiação. Sobre as ocorrências envolvendo a Cosipa, Prandi afirma não entender os prêmios de qualidade que a empresa tem conseguido, inclusive no âmbito da segurança. "O critério não pode ser só a produtividade. Desde que a siderúrgica foi privatizada, assiste-se a um festival de acidentes. Os motivos são claros: houve drástica redução de pessoal e os trabalhadores mantidos no quadro estão submetidos a aumentos de jornada de trabalho, dobras de turno e, mais recentemente, o estressante turno fixo", critica Prandi, mencionando ainda as terceirizações, a inexperiência e a falta de capacitação dos trabalhadores, assim como a inadequada manutenção de equipamentos e instalações.

"A Cosipa ganhou um porto de graça, com a imoral e ilegal Portaria 94/95. Ela tem muito lucro, consegue generosos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é dinheiro do trabalhador e, mesmo com tantas benesses, negligencia a segurança. Não aceitamos mais os acidentes e, muito menos, que os trabalhadores percam a vida de forma violenta, brutal e tão traumática para suas famílias", dispara.

(Mais informações, ligue para o gabinete da deputada Maria Lucia Prandi - 3886-6848/6854)

alesp