À VITÓRIA, COM CIRO GOMES - OPINIÃO

Arnaldo Jardim*
06/06/2002 09:20

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Ciro Gomes já é o grande fenômeno da campanha eleitoral. O candidato do PPS, apesar da ainda incipiente inserção nacional do partido e de não dispor no momento de tempo na TV, está embolado na disputa do segundo lugar. Ao seu favor temos ainda alguns diferenciais: apresenta o menor índice de rejeição, muita gente ainda não sabe que ele é candidato e tem-se verificado um crescimento espantoso de sua candidatura entre os eleitores de maior escolaridade, faixa onde se concentram os formadores de opinião.

Isso tudo - associado ao fato de que, segundo pesquisa do Vox Populi, 60% dos pesquisados desejam um presidente de oposição - confere a Ciro Gomes um potencial enorme de crescimento, colocando-o provavelmente no segundo turno das eleições presidenciais desse ano.

A prova maior de que a população está inclinada a votar na oposição é a tentativa desesperada do candidato da situação em negar sua vinculação umbilical com o governo Fernando Henrique e tentar vestir uma roupagem mudancista.

Uma vez definida a opção pela oposição, o embate deverá se dar nesse campo e aí considero que o paulista Ciro Gomes apresenta diferenciais que deverão ser decisivos no segundo turno.

Ciro é a alternativa oposicionista de maior equilíbrio e experiência administrativa e é a sua candidatura que reúne as melhores credenciais para costurar uma ampla política de alianças, fundamental para garantir governabilidade ao País.

Trata-se de uma experiência que transcende a retórica. Senão vejamos:

· Impulsionou a economia do Ceará, quando governou o Estado (1990-1994);

· Ajudou a reformar a máquina administrativa, inibindo as práticas de clientelismo e empreguismo no serviço público;

· No seu governo, a economia cearense registrou taxas de crescimento superiores às do nordeste e do Brasil;

· O Ceará ganhou manchetes internacionais com programas para combater epidemias, o desemprego e o analfabetismo;

· Foi o governador mais bem avaliado nas sucessivas pesquisas do Datafolha, repetindo a popularidade obtida como prefeito de Fortaleza (88-90). Quando deixou o Governo, em setembro de 1994, sua administração tinha 74% de aprovação;

· A renda do Ceará subiu de R$1.467,00, em 1990, para R$ 1.637,00, em 1995, em termos absolutos. Ou seja, um aumento acumulado de 11,6% (em comparação a 6,3% do Brasil e a 4,2% do Nordeste), segundo o Centro de Economia Regional, da Universidade Federal do Ceará;

· A ação do governo de Ciro na área da saúde foi elogiada no livro "Bom governo nos trópicos", de Judith Tendler, do MIT (Massachusetts Institute of Technology).

· A redução da mortalidade infantil no Ceará mereceu um prêmio do Fundo nas Nações Unidas para a Infância (Unicef), já que a taxa de mortalidade infantil caiu de 64,6% em 1992 para 52,4% em 1999.

Junte-se a essas experiências uma virtude amplamente reconhecida: a transparência em relação às idéias que defende.

Desde que surgiu no cenário nacional, na década de 90, o ex-governador e ex-ministro da Fazenda nunca fugiu de temas desconfortáveis nem foi evasivo para evitar desagradar a seus interlocutores.

Isso ficou evidenciado no Programa Roda Viva da TV cultura, veiculado recentemente e que nos dá pistas do que será o candidato Ciro Gomes quando dispuser dos recursos da mídia eletrônica.

Com certeza haverá de conquistar corações e mentes nesse país, criando condições para uma vitória decisiva e que colocará o País nos trilhos do desenvolvimento e da justiça social.

*Arnaldo Jardim é deputado estadual, engenheiro civil, foi secretário da Habitação (1993) e relator do Fórum SP - Séc. XXI. É presidente estadual do PPS.

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