Direitos Humanos recebe representantes da Associação dos Policiais Militares Deficientes Físicos do Estado

(com fotos)
21/06/2001 19:42

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A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Renato Simões (PT), recebeu na tarde desta quinta-feira, 21, alguns policiais militares, portadores de deficiência física em decorrência ferimentos durante o serviço, seja por armas brancas, de fogo ou acidente automobilístico, que representam a Associação dos Policiais Militares Deficientes Físicos da Polícia Militar do Estado de São Paulo (APMDFESP).

Segundo o sargento Hélcio Inocente, relações pública da APMDFESP, a associação foi criada em 1993 com o objetivo de ajudar o policial que teve sua carreira interrompida em decorrência de acidente durante o exercício da profissão. Inocente informou que existem dois mil PMs deficientes em São Paulo e que esse número "aumenta a cada dia." Para Hélcio, uma das dificuldades da associação, além da falta de ajuda do Estado, é ter conhecimento dos policiais que precisam de ajuda. "Muitas vezes as informações chegam até nós através de colegas."

O presidente da APMDFESP, Jeferson dos Santos, disse estar muito satisfeito com a continuidade desse trabalho, iniciado em 5/12/2000, quando a Assembléia Legislativa de São Paulo, em conjunto com a Câmara dos Deputados, fez a primeira reunião para discutir os problemas enfrentados pelos policiais feridos em serviço. "Estamos aqui para desfazer o mito de que a Comissão de Direitos Humanos defende apenas os bandidos" e afirmou: "O policial é vítima da violência como qualquer cidadão civil mas, pela própria finalidade da profissão, estamos mais próximos do perigo." Como exemplo, Santos mencionou os policiais que moram em favelas. "Para não serem agredidos, eles têm de guardar suas fardas em uma pasta. Ninguém pode saber que ele é policial."

Os policiais consideram o estresse do dia a dia um grande vilão. Segundo Santos, quando um policial atira em alguém ele é "imediatamente condenado".

A associação, que tem 15 mil associados, 15% deles portadores de alguma deficiência física, exibiu um vídeo que mostra sua rotina, como os cursos oferecidos aos policiais e aos seus familiares, o seu corpo clínico e a assistência oferecida à família dos associados.

Renato Simões informou que o debate programado para o segundo semestre é sobre a política de saúde mental ao policial.

alesp