Metrô e TietêO deputado Sebastião Almeida (PT) questionou declarações de representantes do Metrô, veiculadas no rádio, que atribuem a culpa do acidente na linha 4 somente ao Consórcio Via Amarela. Para Almeida, o Metrô deveria fiscalizar melhor a obra. "Quem paga as empreiteiras é o Estado e, portanto, ele é responsável pela obra." O parlamentar espera que os deputados da próxima legislatura acompanhem o assunto, já que o Legislativo deveria ter feito isso antes do acidente que, ele espera, não se repita. "As vidas não voltam. Acima das questões político-partidárias está o ser humano." Almeida ainda falou sobre as obras na calha do Tietê e sobre os possíveis pedágios na marginal. "Não bastasse o fato de as obras da calha terem sido feitas sem consulta popular, comenta-se agora a instalação de pedágios na marginal, o que encareceria os produtos por ali transportados."Plano de segurança Para o deputado Vanderlei Siraque (PT), o governo mudou, mas o continuísmo partidário não permite mudanças na segurança pública. Sobre a morte do diretor do Centro de Detenção Provisória de Mauá, Siraque afirmou que a execução foi determinada por um preso e que o governo finge não saber. "É preciso que o Estado apresente um plano de segurança, investindo em serviço de inteligência e recursos humanos", disse o parlamentar, afirmando que a Comissão de Segurança Pública deve convidar pessoas para os devidos esclarecimentos sobre esses assuntos. Siraque declarou que os representantes do povo têm o direito de conhecer, analisar e sugerir ações em todos os setores públicos. "Pretendemos apresentar soluções e chamar os municípios a participar nesses encaminhamentos."Privatização da SaúdeO deputado Carlos Neder (PT) teme que o governo estadual delegue integralmente os serviços de saúde pública, de competência do Estado, às organizações sociais. Segundo o parlamentar, o PSDB e o PFL são responsáveis pela privatização da Saúde e, agora, muitos municípios já desejam fazer a mesma coisa. Neder lembrou que as Santas Casas permanecem enfrentando dificuldades geradas pela falta de recursos, o que levou os conselhos de saúde a procurarem saída judicial para reverter esse processo. O parlamentar solicitou à Comissão de Sáude e Higiene que promova debate sobre o assunto.Tragédia e políciaSegundo o deputado Conte Lopes (PTB), o acidente do Metrô foi um fato grave e decorrente de falhas, mas o assassinato de um diretor de presídio após este registrar um boletim de ocorrência sobre ameaça de morte é "de uma gravidade terrível". A imprensa divulgou que o diretor morreu por ter atuado com rigidez. "É de causar indignação as mulheres de bandidos dizerem que a vítima tinha de morrer mesmo porque era rígido." Para Conte, o policial precisa ser cada vez mais valorizado para combater o crime. "É isso que esperamos do governador Serra, pois, mais de 40 policiais morreram no ano passado e os demais estão desmotivados." O deputado declarou que os policiais reclamam da lei que os priva do direito de licença-prêmio por qualquer punição. "Ora, eles são punidos até por deixar de engraxar a bota e perdem a licença." De acordo com Conte, não se pode punir os bons policiais, porque se acaba privilegiando os maus. "Há 20 anos, falo do pior da segurança, mas gostaria de falar do melhor."Comissão de representaçãoO deputado Nivaldo Santana (PCdoB) disse que o governo adotou as parcerias público-privadas para as novas linhas do Metrô. "Questionamos na Justiça esse procedimento, que reduz a qualidade e aumenta tarifas." Quanto à linha 4, a obra está sendo feita em contrato fechado, sem a devida fiscalização, com a aceleração dos trabalhos para o rápido recebimento, o que faz aumentar os riscos. O deputado foi informado pelo Sindicato dos Metroviários que a obra da linha 4 foi embargada pelo Tribunal Regional do Trabalho, em razão dos riscos aos funcionários que nela trabalham. A retomada só acontecerá após auditoria técnica. O parlamentar também criticou o presidente do Metrô por sua ausência na audiência pública promovida pela comissão de representação nesta terça-feira. "Uma empresa como o Metrô não pode deixar de prestar esclarecimentos, sob pena de ter de responder por crime de responsabilidade."