Cumprindo o prometido: em defesa do desenvolvimento sustentável


17/03/2003 18:00

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Livro lançado na Assembléia apresenta 67 casos vitoriosos de progresso econômico combinado com equilíbrio ecológico e preocupação social

DA REDAÇÃO

O Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) realizou nesta segunda-feira, 17/3, na Assembléia Legislativa, o seminário de lançamento do livro Cumprindo o Prometido, que apresenta 67 casos de sucesso de desenvolvimento sustentável em todo o mundo, inclusive seis exemplos brasileiros. A publicação tem a co-autoria dos chairmen de três multinacionais: Charles O. Holliday Jr., da Dupont, Stephan Schmidheiny, da Anova Holding AG (fundador da indústria de tubosistemas Amanco); e Philip Watts, da Shell Transport and Trading Company.

Com base nos estudos de casos descritos e em entrevistas com líderes de negócios de todo o mundo, o livro defende a tese de que a formação de uma parceria global entre governos, empresas e sociedade civil é essencial para que as transformações em direção à globalização abra oportunidades para todos, em especial para os mais pobres, sem comprometer a qualidade de vidas das novas gerações.

Na abertura do seminário, o deputado João Caramez (PSDB), em nome da Assembléia Legislativa, lembrou que os recursos mundiais não são inesgotáveis e as condições de sobrevivência das gerações futuras estarão definitivamente comprometidas se não se der a devida atenção aos critérios de sustentabilidade. "O livro presta uma grande contribuição ao destacar experiências bem sucedidas de executivos que souberam trabalhar com esses critérios em suas empresas."

Para o mediador dos debates, o jornalista André Trigueiro, é significativo o fato de o seminário ter se realizado no mesmo dia em que a humanidade está prestes a testemunhar o início da primeira guerra do terceiro milênio. "Nossas discussões vão no sentido contrário desses acontecimentos, pois não há nada mais insustentável do que a guerra", disse ele. Trigueiro destacou, ainda, a importância que o livro atribui ao papel das Organizações Não Governamentais como mediadores locais na construção de políticas de desenvolvimento sustentável e a ênfase dada pelos autores à viabilidade de se conjugar progresso econômico com um sistema equilibrado capaz de preservar as condições de vida das gerações futuras. "Sustentabilidade é a senha de acesso ao terceiro milênio", disse o jornalista.

Segundo Ronald Jean Degen, presidente da Amanco Brasil, que falou sobre o tema "Argumento de negócios pelo desenvolvimento sustentável", para ser efetiva, a sustentabilidade deve se equilibrar entre três tipos de fatores: econômicos, sociais e ambientais. O executivo alertou para o fato de o consumo no Brasil ainda ser predominantemente predatório. "Mas se o consumidor ainda não adquiriu essa consciência ecológica, deve agir a legislação", declarou Degen.

Antes do comentário conclusivo do jornalista Joelmir Betting, o presidente da Dupont Brasil, Henrique H. Ubrig, relatou a política assumida por sua empresa, sintetizada pela frase "menos é mais". Ele ressaltou que, se por um lado é importante ampliar a inclusão social e econômica, o que acarretará maior consumo, por outro lado é preciso garantir que o aumento de produção demandado por esse processo de inclusão consuma cada vez menos recursos naturais e produza a menor degradação ambiental possível. Para isso, na opinião de Ubrig, é necessário investir em conhecimento, otimizar os sistemas internos de produção e promover a busca de novas tecnologias limpas.

alesp