Prandi aciona Promotoria de Justiça e Cidadania para apurar responsabilidades na multiplicação dos casos de dengue


13/07/2001 15:30

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Com um documento de 14 laudas e 28 anexos, a deputada Maria Lúcia Prandi (PT) representou ao Ministério Público pedindo rigorosa apuração da responsabilidade do Poder Público Municipal na ocorrência da epidemia de dengue em Santos.

A parlamentar afirma que é preciso identificar os porquês de a Prefeitura ter perdido o controle da doença, com severa punição dos responsáveis diretos e indiretos.

A deputada refere-se também à polêmica quanto ao surgimento de casos de dengue hemorrágica. "Não podemos simplesmente aceitar os desmentidos do Estado e da Prefeitura. Três médicos idôneos, bastante conhecidos na cidade, respeitados pelo trabalho que desenvolvem, asseguram que atenderam pacientes com diagnóstico de dengue hemorrágica. A população precisa estar corretamente informada. A evolução da dengue hemorrágica é muito rápida. O atraso no atendimento médico pode ser fatal", alerta.

Maria Lúcia Prandi destaca que o Ministério Público é uma conquista da cidadania, com força para investigar e propor denúncias e ações no âmbito penal. "A dengue não pode ser banalizada. Estamos com quase 10 mil casos e corremos o risco de a epidemia se transformar em endemia, quando a população terá que conviver com a dengue em caráter permanente", argumenta.

Prandi insiste que deve haver a responsabilização do Poder Público por vários motivos. Segundo afirma, uma das primeiras medidas que o prefeito Beto Mansur adotou, em seu primeiro mandato, foi desmontar a equipe multidisplinar de sanitaristas montada pelo ex-prefeito David Capistrano. "Alegou que eram todos petistas e destruiu um trabalho sério que, entre outras prioridades, estava conseguindo evitar a dengue na cidade, com um trabalho constante de identificação dos focos de larvas", enfatiza.

Maria Lúcia diz que há outros erros inadmissíveis, como o emprego de larvicida vencido (Abate), com capacidade de extermínio por exposição de menos de 25% de larvas, quando se dispunha do BTI, que é menos tóxico e mais eficaz. Ainda de acordo com a parlamentar, quando a população aciona a Prefeitura para eliminar focos, depara-se com pouco caso e arrogância. "As matérias publicadas pela imprensa, e as denúncias nas seções de cartas dos jornais, comprovam o que estou dizendo. Há má vontade e negligência", afirma.

A deputada acrescenta que até mesmo o Ministério da Saúde vem pondo em dúvida a eficácia e a eficiência da Prefeitura Municipal de Santos no combate à dengue: "Conforme divulgado pela mídia, o Ministério da Saúde determinou a realização de uma auditoria na Secretaria Municipal de Saúde para saber onde estão sendo empregados os R$ 74.937,17 repassados mensalmente ao Município para o combate ao mal. A situação é gravíssima e os responsáveis não podem ficar impunes", conclui Prandi.

(Mais informações, ligue para o gabinete da deputada Maria Lúcia Prandi - 3886-6848/6854)

alesp