Contaminação causada pelo Pólo Petroquímico de Capuava poderá ser debatida em audiência pública


14/06/2002 19:27

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O objetivo do pedido, feito pelo deputado Wagner Lino, será tratar da poluição e possível contaminação de moradores residentes nas proximidades do pólo

DA ASSESSORIA

O deputado Wagner Lino (PT), membro da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa propôs nesta sexta-feira, 14/6, que a Comissão realize uma audiência pública para tratar da poluição e possível contaminação de moradores que residem nas proximidades do Pólo Petroquímico de Capuava, no Grande ABC.

Para a audiência, o parlamentar pede que sejam convidados médicos, ambientalistas, prefeitos, representantes da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) e do pólo petroquímico, entre outros. O requerimento deve ser apreciado na próxima reunião ordinária da Comissão prevista para ser realizada na próxima quinta-feira, 20/6.

O parlamentar fundamenta seu requerimento citando o estudo da médica Maria Ângela Marino, da Faculdade de Medicina ABC, que identificou 90 famílias com um ou mais casos de tireoidismo de hashimoto, uma doença incurável que pode levar à morte. Também foi feito um outro levantamento por ambientalistas, que demonstra possível contaminação de moradores ocasionada pela poluição.

Histórico

No último dia 4 de junho, o deputado encaminhou pedido para que a Câmara Regional do Grande ABC realize uma audiência pública na Câmara Municipal de Mauá para discutir a expansão do Pólo Petroquímico do ABC. Wagner Lino enviou ofício ao coordenador executivo da Câmara do ABC, o prefeito de São Caetano, Luiz Tortorello, solicitando a realização da audiência com a participação de técnicos do pólo e da Cetesb, ambientalistas, prefeitos da região, vereadores, deputados e de representantes dos moradores que residem próximos ao pólo petroquímico.

Wagner Lino apresentou na Assembléia Legislativa, em maio, requerimento solicitando estudos da Cetesb sobre a situação ambiental da região onde está localizado o pólo petroquímico. "O desenvolvimento sustentável exige compatibilidade entre o progresso industrial e o meio ambiente", justifica o deputado no requerimento. O parlamentar já tinha conhecimento de que algumas empresas do pólo petroquímico faziam parte da relação de áreas contaminadas monitoradas pela Cetesb e investigadas pelo Ministério Público estadual.

O deputado é autor do pedido de CPI das áreas contaminadas do Estado de São Paulo, apresentado em agosto de 2001. Além disso, também tramita na Assembléia projeto de sua autoria, de outubro de 2001, que obriga o governo do Estado a publicar no Diário Oficial, a cada bimestre, um cadastro completo das áreas contaminadas ou sob suspeita de contaminação. "Isso evitaria que a população fosse surpreendida já com a saúde afetada como tem ocorrido em vários casos", afirma Wagner Lino, que deve assumir a presidência da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa até o final deste mês.

alesp