Governo rejeita projeto para prevenção de incêndio no campo


18/10/2007 10:16

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Autor de projeto aprovado pela Assembléia Legislativa, vetado pelo Executivo, que obriga proprietários de imóveis rurais a abrir aceiros em suas divisas, o deputado Antonio Salim Curiati (PP) protestou contra o que classificou de "descaso" do governo ao tratar de questões relacionadas com o meio ambiente. Lembrando que somente este ano os incêndios florestais aumentaram 30% no país, com 16.592 focos contra 8.200 no ano anterior, o parlamentar refuta a argumentação técnica alegada pelo governador. "Utilizar a questão de custos adicionais ao Estado como forma de não fazer nada, afirma, é, no mínimo injusto", considera.

Ele se reporta à série de incêndios ocorridos recentemente no país, como no Estado de Minas, onde três parques nacionais foram atingidos, o da Serra do Cipó, o das Sempre-Vivas e o Grande Sertão Veredas, com mais de 8 mil hectares queimados. "Em São Paulo, no Pontal do Paranapanema, o fogo devastou parte de uma reserva florestal. No Rio de Janeiro, o incêndio no Parque Nacional Itatiaia já queimou mil hectares. No Pará, partes da floresta nacional de Carajás e da Serra Leste foram destruídas. Em Brasília, o fogo consumiu 20% do Parque Nacional em quatro dias".

"Enquanto isso, lamenta Curiati, a assessoria do governo do Estado está divorciada dessa realidade. Este projeto, que obriga os proprietários rurais a manterem as suas divisas limpas já foi aprovado pela Assembléia e precisa ser considerado. É sem fundamento a assessoria do governador alegar inconstitucionalidade. Na busca por melhorias para o meio ambiente, é necessário mais ação."

Curiati considera que se a aprovação da matéria implicar em custos adicionais para os cofres públicos, "deve ficar claro que não há preço na busca de melhor qualidade de vida, principalmente diante do quadro terrível de acidentes que estão ocorrendo nessa área em São Paulo, no Brasil e no mundo".

scuriati@al.sp.gov.br

alesp